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Cesta básica sobe mais do que inflação
Por Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
03/10/2010 | 06:54
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A cesta básica de setembro deste ano custa 7,97% a mais do que a vendida no mesmo período do ano passado, variação acima do IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor) atual, que está em 4,29%. Em setembro, o consumidor desembolsou R$ 348,49 para encher o carrinho com os produtos essenciais. No mesmo mês de 2009, a mesma compra custava R$ 322,78.

Pesquisa mensal da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) aponta que na comparação anual, os preços praticados em setembro ainda perdem para abril e maio deste ano, que bateu R$ 357.

O engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezza de Benedetto , atesta que a diferenciação nos preços acontece por conta da entressafra de vários produtos que durou mais em 2010 por conta do clima ruim. "Tivemos o tempo muito seco no inverno e muita chuva no verão. Isso dificultou um pouco as entressafras, principalmente da carne, leite e do feijão, que variou demais neste ano."

A média de variação nos outros meses do ano foi de cerca de 4%, com variação maior também nos meses onde a cesta registrou alta em 2010: abril e maio. No período, o feijão chegou a custar R$ 5 e os produtos hortifruti, como tomate, alface e laranja, registraram os preços mais altos do ano.

"O estranho é que, no caso do feijão, por exemplo, tínhamos apenas duas safras por ano e não havia problemas. Atualmente temos quatro safras e, mesmo assim , o produto está caro nas prateleiras."

A expectativa do setor varejistas é que com a chegada de nova safra neste mês o valor do grão volte à casa dos R$ 2 - hoje está custando em média R$ 4,29.

CARNE E LEITE

O valor alto da carne também causa estranheza no engenheiro, que afirma que, normalmente, o produto registra valores mais altos no inverno, onde produtores desembolsam mais para bancar a criação. "Nesse período o pasto não é suficiente para nutrir o gado e é preciso acrescentar rações especiais, o que encarece a produção e pesa mais no bolso do consumidor final. Com a chegada da primavera deveríamos começar a ter preços melhores, mas isso ainda não aconteceu", pondera.

O leite, que custa em média R$ 1,75, também não dá sinais de melhora em curto prazo. "Este ano foi todo muito complicado. Mas a previsão é de que o item tenha preços menores até o fim do ano."

Feijão segue como principal vilão do carrinho de compras

Vilão da cesta básica neste mês, o feijão, que custa hoje até R$ 4,29, registrou um dos preços mais altos do ano. O grão começou o mês custando R$ 2,29, um dos menores valores praticados em 2010. No entanto, a entressafra e a notícia espalhada pelos produtores de que haveria falta do produto no mercado fez com que os custos voltassem a subir, aumentando em quase 60% o preço final para o consumidor.

"A alta maior aconteceu nas duas últimas semanas, mas com o valor baixo que estávamos no início do mês, a variação fechou a lista pouco melhor do que em agosto, quando o grão ainda custava R$ 3,39", conta Benedetto.

A laranja, no entanto, foi o produto que mais oscilou no comparativo do mês. O item teve expansão de 14%, seguido pelo frango (12,8) e a carne (10,73). Sem previsão para que os preços retornem aos patamares anteriores, o engenheiro aconselha donas de casa a pesquisar valores antes de escolher onde comprar. a diferença dos produtos chega a atingir 30% de um local para outro.




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