O presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal, deixou nesta terça-feira o Hospital Israelita Albert Einstein, onde foi internado na segunda-feira à tarde, depois de sofrer um mal súbito em seu gabinete, na sede do banco, na Rua Boa Vista, no centro velho de Sao Paulo. O banqueiro, que é também presidente da Federaçao Brasileira das Associaçoes de Bancos (Febraban), submeteu-se a uma bateria de exames clínicos e de laboratório que, segundo os médicos, "revelaram-se normais".

Setúbal recebeu alta hospitalar e, conforme boletim divulgado pelo Einstein, seu estado geral é bom e ele está liberado para retomar suas atividades. O boletim é assinado pelo superintendente do hospital, José Henrique Germann Ferreira, e pelo médico responsável pelo paciente, Ricardo Botticini Peres. Bem disposto, o banqueiro foi para casa, onde passou o resto do feriado descansando.

"A situaçao é tao tranqüila que o Dr. Olavo Setúbal, pai do Roberto, nem antecipou sua volta para Sao Paulo", informou o professor Cláudio Lembo, reitor da Universidade Mackenzie, ex-assessor especial da diretoria do Itaú e amigo da família Setúbal. Olavo Setúbal se encontrava em Aguas da Prata, no interior, quando soube que o filho havia sido internado.

O desmaio de Roberto Setúbal coincidiu com a divulgaçao, na segunda-feira, de que o Banco Itaú, a segunda maior instituiçao privada do país, teve um lucro de R$ 1,4 bilhao de janeiro a setembro deste ano, ou seja, 142,7% mais do que no mesmo período do ano passado, graças à desvalorizaçao do real.

Amigos do banqueiro atribuem o mal súbito que ele sofreu ao impacto positivo desse lucro e também ao excesso de atividades. Além de se dedicar à direçao do Itaú em Sao Paulo, Setúbal viaja com freqüência à Argentina e à Europa para cuidar dos negócios do banco no exterior. A presidência da Febraban também consome tempo e um esforço extra que se soma à carga diária de trabalho.