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Monique Kessous
livre de rótulos
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
07/12/2010 | 07:00
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Monique Kessous é carioca, judia, jovem e bonita. Mas no segundo álbum, que leva seu nome (Sony Music, preço sob consulta), ela conseguiu se despir da maioria dos rótulos que poderiam atribuir-lhe e fez um trabalho moderno, de arranjos bem cuidados e de acento bastante sensível, arredondados pela voz suave da intérprete, que, em alguns momentos, pode até lembrar à de Marisa Monte, uma de suas influências.

"É claro que o lugar onde a gente vive influencia pra caramba, mas essas canções são o que estão dentro de mim. Estou falando de coisas que todos sentem em algum momento da vida", resume a cantora.
Seu amadurecimento está bem mais visível do que no disco de estreia, 'Com Essa Cor', em que começou de fato a imprimir sua identidade (até então, ela foi vocalista contratada em projetos como 'Beatles in Bossa', de Roberto Menescal).
Para o novo álbum eu quis uma sonoridade que fosse moderna, mas que não ficasse datada. Por isso escolhi poucos elementos eletrônicos, que vieram apenas para diferenciar os timbres", afirma a cantora de 26 anos, que foi produzida por Rodrigo Vidal.

A maior parte do disco é autoral e, como a própria cantora adiantou, revela um momento bastante romântico de si mesma. "Acho que a intensidade de interpretação - e da temática, já que o disco é quase todo sobre o amor - veio das minhas influências: Gal, Bethânia, Elis Regina, Marisa", afirma ela.

Durante a pré-produção de 'Monique Kessous', a cantora resolveu brincar com duas canções cujas interpretações já eram velhas conhecidas do público da MPB: 'Bloco do Prazer' (Fausto Nilo/Moraes Moreira), que ganhou versão bem animada na voz de Gal Costa e 'Sonhos' (Peninha), regravada por Caetano Veloso.

"Em 'Bloco do Prazer' resolvi gravar depois de ver uns vídeos da Gal no YouTube. A música tem uma força incrível: essa vontade de viver na letra, que também traduzia o meu momento", relembra.

A versão de Monique é mais lenta e ganhou arranjo de baixo que a cantora classifica como ‘mouro' e bandolins, por Davi Moraes. Já 'Sonhos' recebeu contornos ainda mais dramáticos do tango (com um quê eletrônico à la Gotan Project).

A própria Monique, curiosa confessa quando se trata de aprender a tocar novos instrumentos, também colocou a mão na massa e tocou cajon, guitarra, violão, cavaquinho e kalimba (que lembra um vibrafone). "Mas não sou multi-instrumentista. Acho que me ajuda muito para expressar aos músicos o que estou querendo, mas não passa disso, até porque eu não toco tanto quanto eles".

 




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