Nas duas horas em que participou da solenidade da troca da bandeira, na Praça dos Três Poderes, o presidente preferiu o silêncio sobre o nome do novo ministro, sem responder às perguntas da imprensa sobre o substituto de Carvalho. Nem conversou sobre esse assunto com os ministros da Defesa, Élcio Alvares, da Cultura, Francisco Weffort, e da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardemberg.
Entre os citados para o cargo estao o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Andrea Calabi, o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, o deputado Delfim Netto (PPB-SP), o secretário-executivo do Desenvolvimento, Milton Seligman, o secretário de Comunicaçao do governo, Andrea Matarazzo, e o ex-presidente da Febraban, Alcides Tápias, hoje na direçao da Camargo Corrêa. Neste domingo surgiu também o nome do ex-diretor do Banco Central Alkimar Moura, que estaria sendo apresentado pelo ministro Malan.
Enquanto o presidente nao nomeia o novo titular da pasta as açoes do ministério ficarao sob a responsabilidade de Seligman. O secretário-executivo do Desenvolvimento afirmou neste domingo que permanecerá no governo pelo tempo que o presidente determinar. "Eu sou do time do presidente e o que ele decidir eu cumpro", disse. "Sou o secretário-executivo, o momento é difícil e temos de continuar trabalhando".
A exemplo do que fez na reforma ministerial de julho passado, Fernando Henrique deverá indicar para a pasta um nome de sua confiança, sem ouvir os líderes dos partidos aliados. A grande dificuldade será encontrar alguém que nao tenha divergências com a política econômica em curso - ou seja, com o ministro Malan - e ao mesmo tempo tenha diálogo com a iniciativa privada. Sob esses dois aspectos, Andrea Calabi e Andrea Matarazzo sao candidatos que podem entrar numa operaçao casada. Calabi no ministério e o colega em seu lugar, no BNDES.
Em entrevista à Agência Estado, Andrea Calabi disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso nao lhe telefonou e negou ter sido convidado para o Ministério do Desenvolvimento. Declarou que "tem muito a fazer" no BNDES e que prefere continuar à frente desse trabalho de reestruturaçao do setor produtivo. A amigos, ele confidenciou que gostaria muito de continuar na instituiçao porque já saiu um pouco frustrado do Banco do Brasil, que presidiu por apenas seis meses. Segunda-feira ele estará em Salvador para assinar os contratos de consultoria para privatizaçao do setor de saneamento na Empresa de Saneamento da Bahia (Embesa).
Se Andrea Matarazzo assumir o ministério, ou mesmo o BNDES, o presidente ainda teria de encontrar uma soluçao à Secretaria de Comunicaçao, área delicada nesse momento em que a popularidade de Fernando Henrique está em baixa.
A agenda oficial de segunda do presidente está praticamente vazia, com um único compromisso oficial às 15h. Ele vai conhecer as aeronaves R-99, que serao utilizadas no Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) e Super-Tucano ALX, um novo produto da Embraer. Terça-feira, Fernando Henrique participará de três solenidades diferentes: o desfile de 7 de setembro, uma cerimônia relativa a Educaçao, no Palácio da Alvorada, e também receberá cumprimentos do corpo diplomático.
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