É importante aprender sobre o país que se vive. Às vezes, isso parece chato. Por isso, o historiador Marcos Costa publicou O Reino que Não Era Deste Mundo (Editora Valentina, 280 págs., R$ 29,90), com a proposta de contar a história do Brasil de maneira mais fácil e ao mesmo tempo profunda.

Intrigas, conspirações, romances reviravoltas, traições, guerras, política e aventuras do período imperial estão bem presentes nas páginas. Detalhes importantes ajudam os leitores a conhecerem um lado da história que boa parte dos brasileiros não parou para prestar atenção. 

Durante a leitura, dá para entender de um jeito descontraído a abdicação de D. Pedro I, os conflitos do período regencial, a figura ímpar de Duque de Caxias, a questão da escravidão e seus desdobramentos políticos e econômicos.

“São os problemas de agora que levam o historiador ao passado”, afirma o autor, cuja proposta é explicar fatos recentes com base no que já aconteceu, como as manifestações de 2013 e os escândalos políticos que aparecem constantemente na mídia. “Para tornar o estudo mais interessante, é preciso relacionar acontecimentos do passado com o presente. É necessário conhecer a história para entender o agora.Hoje é consequência do passado”, explica.

Segundo o autor, se são as pessoas que fazem a história, elas também podem modificá-la. “O trabalho do historiador é uma questão de interpretação, Na maioria das vezes, cada um que estuda sobre isso elabora um visão diferente do assunto”, diz Marcos, explicando que o livro é a sua interpretação da história com base no que aprendeu. “Existem outros entendimentos possíveis. Mas, vale lembrar que isso não quer dizer que uma consideração está certa e outra errada, pois elas não se anulam, apenas se complementam.”

Várias questões do livro possuem um foco diferente do que normalmente é estudado nas escolas. A coragem e a covardia de algumas figuras históricas instigam o leitor e despertam a curiosidade, fazendo parecer um filme.

Apesar da linguagem ser transformada pelo autor para uma leitura mais fácil, ainda é preciso prestar bastante atenção e relembrar o que aprendeu na escola para entender o contexto. O livro é indicado para quem tem interesse no assunto ou curiosidade sobre o que aconteceu no Brasil no passado.