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Irã quer menor dependência petroleira frente a plano 'inimigo'
Da AFP
21/01/2007 | 19:31
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O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, apresentou neste domingo um projeto de orçamento para 2007-2008 - com uma alta de quase 20% e calculado com um barril de petróleo a US$ 33,7 - para se proteger de um eventual plano de seus "inimigos" para derrubar o preço do cru.

Os orçamentos gerais do Estado para o ano iraniano, que começa em 21 de março, chegam a US$ 248 bilhões. O valor representa um aumento de 19,6% em relação ao aprovado pelo Parlamento no ano passado e de 17,7% em comparação ao proposto inicialmente.

Ahmadinejad explicou que orçamento foi calculado com base no preço de um barril de petróleo a US$ 33,7, contra os US$ 44,1 atuais. O valor, que superava os US$ 68 há seis meses, está atualmente em torno dos 50 dólares. "Existe a possibilidade de que os inimigos tentem baixar os preços do petróleo para nos prejudicar", frisou o presidente iraniano.

Em recente carta aberta, 150 deputados, ou seja, a maioria do Parlamento, criticaram a política econômica do governo e pediram ao presidente que reduza "a dependência do orçamento das divisas petroleiras" e limite "os gastos públicos".

A economia iraniana é extremamente dependente do preço do barril desta commodity, já que sua receita com petróleo representa 80% da entrada de divisas e contribui para mais da metade do orçamento público.

Por esse motivo, Ahmadinejad já se comprometeu a fazer com que parte da receita com petróleo no orçamento caia dos "atuais 58,3% para 42,9% no próximo ano". Ele não explicou, porém, quais setores vão cobrir esta diferença. O presidente também anunciou que o governo limitará seus gastos de divisas de "US$ 38 bilhões em 2007 para apenas US$ 29,5 bilhões no próximo orçamento".

Teerã não apenas fará frente à queda do preço do cru nos mercados internacionais, como a uma série de pressões econômicas que começam a afetar a economia do país.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou em 23 de dezembro de 2006 uma resolução que impõe sanções aos programas nuclear e balístico iranianos após sua negativa a suspender seu programa de enriquecimento de urânio. Este órgão pode ampliar as sanções a Teerã no final de fevereiro.

No momento, são as medidas americanas diretas que estão começando a fazer efeito. Pressionados por Washington, vários bancos internacionais limitaram suas relações com Irã, principalmente as transações com dólares, mas também a abertura de cartões de crédito.




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