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PM investiga 'infração' de policiais em S.Caetano
Por Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
23/07/2005 | 09:20
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Investigações da Polícia Militar constataram oito policiais militares teriam cometido "infração" em uma ocorrência, do dia 22 de maio, em São Caetano. Os irmãos Rodrigo e Thiago Pinto Ramacciotti acusam os PMs de tortura, espancamento e roubo. Os rapazes, estudantes de Direito, respondem em liberdade a inquérito por desacato a autoridade. Os policiais envolvidos na ocorrência estão trabalhando normalmente e esperam decisão da Justiça Militar.

O chefe do Departamento de Comunicação Social PM, coronel Jorge Luís Alves, afirma que a investigação, feita pelo CPAM-6 (Comando de Policiamento por Área Metropolitano 6), não tem poder de julgamento. O caso sai do CPAM-6, vai para a Justiça Militar e depois, para o Ministério Público. "O MP que propõe ou não o arquivamento do caso", explica o coronel Alves. Devido à natureza da infração, os policiais não devem ser afastados. "Nesse caso específico, se a culpa for comprovada, eles pagariam penas alternativas".

Os PMs foram chamados para atender uma ocorrência na avenida Goiás. Os jovens estavam em um bar quando foram abordados pelos policiais. Daí para frente, acusam os irmãos Ramacciotti, teriam passado por uma sessão de espancamento que só acabaria no 1º DP de São Caetano.

O pai dos rapazes, o perito da Polícia Civil Hélio Rammacciotti, teria avisado ao Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) sobre o sumiço dos filhos. De acordo com o perito, só então os jovens teriam sido levados à delegacia. O pai dos rapazes compareceu à delegacia acompanhado de homens do Garra (Grupo Armado de Repreensão a Roubos e Assaltos) de Santo André. Lá, teria ocorrido discussão entre o perito e funcionários do DP.

Retificação - A delegada Lucy Mastellini Fernandes pediu exame de corpo de delito para averiguar lesões corporais nos irmãos. Na ocasião, os rapazes disseram à reportagem que ela teria solicitado apenas exame para saber se ambos haviam consumido álcool. E o Diário publicou informação incorreta. Os dois rapazes teriam se recusado a assinar requisição legal do IML (Instituto Médico-Legal).

Ao contrário do informado pelo Diário, o desaparecimento do Uno Mille que estava com Rodrigo consta no boletim de ocorrência. A delegada Lucy Fernandes disse que só não foi registrado como furto porque o carro era locado e Rodrigo não dispunha da numeração da placa na ocasião.

Ela afirma que uma ligação que teria recebido da Corregedoria da Polícia em nada contribuiu na decisão de não prender Rodrigo. Versão diferente da apresentada pelo pai dos rapazes, o perito Hélio Ramacciotti. O perito afirma ter entrado em contato com a Corregedoria e que, depois de uma telefonema do órgão à delegada, ela teria voltado atrás na decisão de prender o estudante.

Segundo o delegado seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula Santos, a conduta de Lucy Fernandes foi "inquestionável". O seccional lembra que, na Corregedoria, corre um inquérito para averiguar a conduta do perito Hélio Ramacciotti. A investigação se refere ao fato de Ramacciotti ter ido ao DP acompanhado por homens do Garra.




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