Política Titulo Independência
Vanessa Damo patenteia seu jeito de fazer política
Por Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
29/06/2012 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Tida como a outra ponta da polarização da eleição à Prefeitura de Mauá, a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) expõe seu jeito próprio de fazer política. O ato é resposta aos constantes ataques dos adversários, especialmente aos do principal deles, Donisete Braga (PT), que têm sugerido que a parlamentar é conduzida pelo pai, o ex-prefeito Leonel Damo, e pelo marido, o presidente municipal do PMDB, José Carlos Orosco Júnior. "É machismo, talvez pela falta de confiança no trabalho da mulher." Ela promete integrar as unidades de Saúde, agilizando o atendimento, implantar escolas de período integral e legalizar o bico de GCMs (Guardas-Civis Municipais). A deputada faz defesa parcial dos governos do pai.

 

DIÁRIO - Por que a senhora quer ser prefeita de Mauá?

VANESSA DAMO - Para resolver os problemas da cidade. Para olhar a população com mais humanidade e buscar com os governos federal e estadual recursos, soluções e projetos. Para fazer uma gestão consciente, com o trabalho retornando à população.

 

DIÁRIO - A senhora defenderá o governo Leonel Damo?

VANESSA - Estamos propondo uma mudança para Mauá. Mas obviamente o que foi bom no governo Leonel Damo, como as obras de infraestrutura, tem de ser defendido. Tenho conhecimento das prefeituras do Estado que têm bom gestor e vou pegar como exemplo as coisas que deram certo.

 

DIÁRIO - Quais as diferenças de enfrentar o Donisete no lugar do Oswaldo?

VANESSA - Ambos representam o mesmo projeto, que vem sendo avaliado de forma negativa. A cidade está abandonada, com sentimento de omissão do poder público. Faltam remédios, os ônibus demoram. O Oswaldo não conseguiu atender o que a população queria. Mudou-se o candidato, mas o projeto é o mesmo.

 

DIÁRIO - O apoio de partidos que estavam com o governo do PT (PRB, PDT e PP) pode causar impacto negativo à sua candidatura?

VANESSA - O governo atraiu estes partidos, mas não deu espaço para que pudessem fazer um planejamento e atuar em prol da população. Em todos os partidos têm especialistas em várias áreas, que farão com que tenhamos a formação do plano de governo. O plano de governo do PT muitas vezes foi esquecido. E os aliados do PMDB estão comprometidos em ajudar a conduzir este projeto. Efetivamente terão liberdade e autonomia para atuar conosco.

 

DIÁRIO - Adversários colam sua imagem na do Leonel Damo e sugerem que a senhora não teria coragem de colocá-lo no palanque. Como classifica esta postura?

VANESSA - Amo meu pai, tenho orgulho do trabalho dele. Essa tentativa dos adversários de dizer que eu o esconderia não procede. Tenho trabalho na Assembleia que vem sendo bem avaliado. São atuações políticas diferenciadas. Não me intrometo nas decisões dele e vice-versa. Tenho autonomia, o jeito Vanessa de fazer política, diferente, pró-ativa. Esta minha forma de trabalhar sempre foi respeitada. Acho que não deve ocorrer ataque à família. É baixaria.

 

DIÁRIO - Adversários dizem que por trás de suas decisões estão seu pai e o marido (José Carlos Orosco Júnior, presidente municipal do PMDB). Como vai trabalhar contra isso durante a campanha?

VANESSA - Esta é uma visão machista que não cabe mais nos dias de hoje. Vi nos jornais que num ato do PT de Mauá houve frase muito infeliz do prefeito (de São Bernardo) Luiz Marinho dizendo que eu não passava de um rostinho bonito, e outras falas que iriam levar à pessoa imaginar que há alguém por trás de mim. Isso não é verdade. Quem vai conduzir minhas ações é a população. É a voz dela que vou ouvir. É machismo, talvez pela falta de confiança no trabalho da mulher.

 

SAÚDE

É a situação mais caótica. Passa por problema sério com os fechamentos do PA (Pronto Atendimento) do Nardini, dos postos de Saúde do Jardim Zaíra 2 e do Sônia Maria. Há falta de medicamentos e demora para agendar consultas. Penso em investir em postos de Saúde nos bairros para que os moradores não precisem fazer grandes deslocamentos para encontrar médico. E implantar cinco UBSs (Unidades Básicas de Saúde) 24 horas. Porque o cidadão não fica doente só no horário comercial. Além disso, quero integrar as UPAs, o AME e o Nardini, o que geraria atendimento mais dinâmico e eficaz.

 

SEGURANÇA

Quero implantar em Mauá a Operação Delegada, que já tem na Capital. É espécie de bico legalizado para os GCMs (Guardas-Civis Municipais), que trabalhariam em alguns dias de folga, com a Prefeitura pagando.

 

EDUCAÇÃO

Implantar as escolas em período integral. As crianças terão condições de aprender mais, se socializar, e não ficarem nas ruas propensas às drogas. São 3.000 crianças esperando vagas em creche. E essa liberação da fila não tem dinamismo. Quero implantar creche de período noturno para as mães que trabalham à noite. Retomar a entrega do uniforme e do kit escolar e oferecer transporte escolar gratuito.




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