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Saúde frustra estratégia grevista em Sto.André
Por Renata Gonçalez
Do Diário do Grande ABC
08/06/2005 | 07:50
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Fracassou a tentativa de paralisar em conjunto os três pronto-socorros nesta terça à noite em Santo André, comandada pelo Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André) com o objetivo de pressionar a Prefeitura a conceder reajustes salariais. O comando de greve mobilizou equipes no final da tarde para convencer funcionários de cada unidade a cruzarem os braços, mas apenas os da Vila Luzita aderiram ao movimento por uma hora. Nesta quarta, o Sindserv promete percorrer escolas da rede municipal, para pedir aos funcionários da Educação que paralisem as atividades na quinta.

No PS (Pronto-Socorro) Central, uma das unidades onde o comando da greve esteve nesta terça, houve tumulto no momento em que os sindicalistas anunciaram a paralisação. Pacientes que aguardavam havia mais de três horas para ser atendidos se irritaram mediante a possibilidade de que a demora fosse ainda maior, e discutiram com os funcionários.

Vinícius Supriniu do Nascimento, 22 anos, disse que chegou ao PS às 14h com o filho Guilherme, de 1 ano, que estava com diarréia e vômito. O garoto foi atendido às 18h. “Mesmo assim, quem atendeu (a criança) foi um clínico-geral, porque pediatra não tinha”, declarou o pai, um dos que demonstrou revolta ao saber da possível paralisação.

O tumulto fez com que a diretora dos PAs (pronto atendimentos) de Santo André, Rosa Maria Pinto de Aguiar, tomasse o microfone usado pelos sindicalistas. “Entendo a necessidade de reivindicação, mas a população não pode ficar desassistida”, disse. “Não dá para triar o atendimento no PS Central. A demanda é enorme, e não cabe aos grevistas decidir o que é prioridade para o atendimento, ou seja, a diferença entre urgência e emergência”. Ela anunciou ainda que a demora no atendimento deverá ser amenizada nas próximas três semanas, quando é prevista a contratação de médicos.

A idéia do Sindserv era de mobilizar, além dos funcionários do PS, os dos PAs (pronto atendimento) Vila Luzita e Bangu, para que suspendessem as atividades das 17h às 19h. Um pequeno contingente de servidores destas unidades ficaria na ativa para atender casos urgentes – daí o questionamento da diretora dos PAs.

“Não queriamos criar problema. O que ocorreu é que os próprios pacientes constataram que o PS não dá conta de atender a população. Com os baixos salários que a Prefeitura paga, faltam funcionários”, afirmou José Carlos Veiga, da direção do Sindserv.

Por conta da mobilização desta terça, a Prefeitura conseguiu na Justiça liminar que determina que “o exercício da greve não importe em dano (ou perigo de dano) aos usuários dos serviços”, em referência a todos os serviços municipais. Outra liminar específica para impedir a paralisação na área da Saúde foi solicitada terça à noite, mas até o fechamento desta edição não havia sido deferida.

O centro operacional do Semasa do Paraíso foi o único a paralisar nesta terça. A unidade é responsável pela manutenção de bombas e hidrômetros. De acordo com o Semasa, não houve prejuízos ao município.

Terça, a Prefeitura formalizou na Câmara o atendimento à pauta das reinvindicações dos cerca de 7 mil servidores públicos municipais. A maioria se refe a pontos já atendidos, necessitando apenas de confirmação de manutenção. O principal item, 47,31% de reajuste, não foi contemplado.




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