A nova secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, partiu de Roma (Itália) rumo a Paris (França) ao meio-dia desta terça-feira. Na capital francesa, é esperada pelo presidente Jacques Chirac e deve fazer um discurso importante.

A meta de Rice é ambiciosa: enterrar de uma vez por todas a falta de entendimento que tem prevalecido na relação entre os dois países desde 2003, quando a França se opôs radicalmente à Guerra do Iraque.

Em sua rápida viagem pela Europa e Oriente Médio, a representante norte-americana escolheu propositalmente Paris para pronunciar as palavras cruciais de sua primeira viagem como chefe da diplomacia americana.

A secretária deseja "realizar este discurso em Paris porque pensa que é um dos locais onde há mais debates e discussões sobre os Estados Unidos, Europa e seus objetivos comuns", declarou o porta-voz do Departamento de Estado", Richard Boucher. As palavras da secretária de Estado devem girar em torno das relações transatlânticas principalmente com a criticada "Velha Europa", França e Alemanha.

Pouco antes de partir da capital italiana, Rice se reuniu no Vaticano com o cardeal-secretário de Estado, Angelo Sodano durante 45 minutos. O programa inicial da autoridade americana foi modificado devido a problemas de saúde de seus interlocutores. Não pôde se reunir com o papa João Paulo II, que se encontra hospitalizado há uma semana devido a problemas respiratórios.

O encontro com o chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, um dos mais próximos colaboradores de George W. Bush, também foi cancelado de última hora em função de uma gripe. Rice foi recebida então por Gianfranco Fini, chanceler e vice-primeiro-ministro.

Durante sua visita relâmpago à Itália, a funcionária americana voltou a reforçar seu apelo pela paz no Oriente Médio, pedindo uma reunião do "Quarteto" (ONU, Estados Unidos, Rússia e União Européia) para reativar o "Mapa da Paz".

"Espero a realização de uma reunião rápida dos ministros das Relações Exteriores do Quarteto para voltar ao plano da paz do Mapa da Paz", afirmou a chefe da diplomacia americano no final do encontro com Fini.

O chanceler italiano, por sua vez, insistiu na importância do papel da Rússia no processo de paz, devido à sua influência junto aos países árabes. "Moscou tem uma influência evidente junto à Síria. Os russos podem pedir aos países que cercam Israel que tenham uma atitude coerente, pois Israel tem direito à segurança", declarou.

Ainda na Itália, Condeleeza Rice não perdeu a oportunidade de advertir a Síria, ameaçando isolar o governo sírio ao nível internacional por apoiar o terrorismo, durante sua visita a Roma.

"A Síria não ajuda (o Oriente Médio), é o mínimo que pode fazer, principalmente devido ao seu apoio ao terrorismo no sul do Líbano", declarou Rice em uma entrevista coletiva à imprensa com o representante italiano, dedicada à situação no Iraque e ao processo de paz no Oriente Médio.

"A Síria deve demonstrar que deseja cooperar se não quiser ser isolada e se não quiser ter relações negativas com os Estados Unidos", afirmou. "O governo sírio deve atuar contra os terroristas", insistiu.