O Grupo Rhodia, com atuação nas áreas têxtil e química, vai destinar 12 milhões de euros (mais de R$ 30 milhões), em 2006, para as três unidades do Grande ABC, das quais duas em Santo André e uma em São Bernardo. A verba será aplicada no aumento da capacidade produtiva, novos produtos, infra-estrutura e modernização. O investimento faz parte dos 30 milhões de euros que devem ser aplicados entre as cinco plantas industriais da companhia no país.

A informação foi divulgada terça-feira durante apresentação do novo presidente da Rhodia na América Latina. O executivo Marcos De Marchi, que exerce a função de vice-presidente da Rhodia Poliamida América do Sul, passará a ser, também, o presidente do grupo, a partir de 1º de novembro. De Marchi é engenheiro mecânico têxtil, nasceu e estudou em São Bernardo – na FEI (Faculdade Educacional Inaciana). Ele começou a carreira na empresa há 26 anos, como estagiário na unidade de Santo André, e é o primeiro presidente da empresa na América Latina proveniente do Grande ABC.

Nos últimos seis anos, a empresa aplicou 220 milhões de euros no Brasil. De acordo com o atual presidente da companhia, Walter Cirillo, o ritmo de investimentos se manterá entre 30 e 40 milhões de euros em 2006.

No ABC – “As três unidades do Grande ABC representam 40% do faturamento e receberão investimentos nessa mesma proporção. Por enquanto, não podemos adiantar se terá algum plano específico de ampliação, mas os itens produzidos nas fábricas (plásticos de engenharia, fios industriais e fibras de poliamida) fazem parte de um mercado em crescimento”, destacou Cirillo.

Parte dos recursos, de acordo com De Marchi, servirá também para tornar os produtos recém-lançados ainda mais rentáveis para a empresa. Atualmente, eles representam 19% do faturamento. “A Rhodia tem grande capacidade de pesquisa e desenvolvimento. Nosso plano é que, em 2010, esses produtos sejam responsáveis por 25% do faturamento”, disse.

Um dos itens mais recentes da Rhodia, por exemplo, é o fio Amni Biotech, lançado no Salão Lingerie Brasil em agosto último. O produto, considerado uma inovação em moda, contém propriedades que evitam a proliferação de bactérias.

Resultados – Os executivos não divulgaram resultados consolidados neste ano, mas estimam que o faturamento alcance US$ 900 milhões, ou 20% mais que o registrado no ano passado, quando a empresa faturou US$ 744 milhões – dos quais, US$ 300 milhões no Grande ABC. A produção física, porém, deve crescer até 6,5%. “O faturamento deve crescer mais em razão do produtos com maior sofisticação e que, portanto, têm preços mais altos”, esclareceu Cirillo.

Os executivos apontaram ainda para a possibilidade de ampliar a capacidade produtiva de fenol (usado em desinfetantes e na concepção de outros ácidos) de 185 mil toneladas por ano para até 215 mil toneladas. A fabricação do item é concentrada na unidade de Paulínia, no interior de São Paulo. “É possível que a empresa anuncie essa ampliação ainda neste semestre, mas ainda não há nada de concreto”, disse Cirillo.