Em uma entrevista concedida ao jornal francês Le Figaro, Aziz afirmou que seu país poderá ``apertar o botao' nuclear se sua soberania for ameaçada. O chanceler paquistanês insistiu na gravidade da situaçao em Caxemira, onde o exército indiano combate, há dois meses, os guerrilheiros islamitas infiltrados, segundo a India, pelo Paquistao. ``Chegou a hora de negociar. É preciso tentar diminuir a tensao', assinalou Aziz. ``As armas nucleares sao armas dissuasivas e nao foram feitas para serem utilizadas. Por isso, nosso país sempre se mostrou extremadamente moderado em seu conflito com a India, mas se nossa soberania for ameaçada, podemos apertar o botao', ameaçado.

Esta nova escalada entre a India e o Paquistao, duas eventuais potências nucleares, depois dos testes que realizaram em maio de 1998, contrasta com a esperança de conseguir a soluçao anunciada depois da entrevista que tiveram no domingo, em Washington, o presidente Bill Clinton e o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif.

Segundo responsáveis norte-americanos, Sharif prometeu retirar os combatentes islamitas infiltados na Cachemira indiana. No entanto, esta promessa nao dissuadiu o exército indiano a deter seu avance em Cachemira. Os militares indianos acabavam de obter sua primeira vitória importante ao reconquistar as estratégicas montanhas de Tiger Hills, a quase 5 mil metros de altura, a partir das quais a artilharia dos guerrilheiros islamitas obstruía a marcha das caravanas de abastecimento indianas, que estavam na rota de Srinagar-Leh.

Nesta quarta foi anunciada uma segunda vitória indiana quando Aziz prometeu que o Paquistao ``tentaria persuadir' os combatentes islamitas para que se retirem da Cachemira indiana. A India anunciou a reconquista das montanhas estratégicas de Jubar Hills no setor de Batalik, depois de combates corpo a corpo que continuavam, inclusive, no interior dos bunkers construídos pelos rebeldes islamitas após sua entrada neste território - segundo Nova Delhi-, em meados do ano passado.

A India e o Paquistao já se enfrentaram em três guerras, duas das quais por causa de Cachemira, território que disputam desde sua divisao e sua independência, há 51 anos.