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Pólo de decoração conquista fidelidade de clientes do ABC
Por Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
06/02/2005 | 18:02
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Levantamento efetuado junto a potenciais consumidores de artigos de decoração do Grande ABC indica que, no ano passado, 63% deles optaram por realizar suas compras em lojas da região. Em 2000, esse índice era de 38%. Os dados refletem o antes e o depois da criação do Pólo de Decoração do Grande ABC, responsável pelo levantamento, e demonstram, segundo a entidade, que ações do gênero são capazes de fortalecer o mercado local, gerar renda, empregos e arrecadação de impostos.

O pólo é uma associação formada por 42 lojistas da área de decoração criada em 2000, com o objetivo de mostrar para consumidores da região que não era necessário sair do Grande ABC para adquirir produtos de qualidade, segundo o presidente João Carlos Mazza, proprietário da Pazyryk Tapetes, uma das integrantes do pólo.

O formato da entidade se baseou no de associações já existentes que adotam mecanismos de fidelização para arquitetos e decoradores, como o Núcleo de Decoração, com sede em São Paulo, que possui lojas filiadas em diversas regiões do país. A partir daí, a associação passou a atribuir pontos aos profissionais que mais indicavam as empresas integrantes do Pólo de Decoração do ABC para os clientes. Ao final de cada ano, arquitetos e decoradores com maior pontuação recebem prêmios como carros, viagens e computadores.

Segundo Mazza, os prêmios são ferramentas de desenvolvimento profissional, já que as viagens, por exemplo, levam os decoradores para visitas a feiras internacionais do setor. Os profissionais também têm função no pólo: avaliar o desempenho dos estabelecimentos comerciais. “Se a loja estiver abaixo do padrão da entidade, ou seja, se não entregar nos prazos combinados ou não atender corretamente, tem um ano para mudar. Se no ano seguinte continuar com atuação negativa, é excluída do pólo”, explica.

Mônica Franchini, arquiteta de São Caetano, atua no Grande ABC há 15 anos. Ela admite que, antes da implantação do pólo, só levava os clientes para comprar produtos em São Paulo, mesmo para obras na região. O que fez a arquiteta indicar lojas do Grande ABC, foi a confiança que adquiriu na associação. “As lojas precisam seguir regras. Quem não atender com qualidade, acaba saindo do pólo. Isso transmite segurança para nós, profissionais, e para nossos clientes”, afirma.

Para o vice-presidente do pólo e proprietário da Zanetti Móveis, Alexandre Zanetti, mais do que segurança em relação aos fornecedores, os especificadores – designação dada pelo pólo para arquitetos e decoradores – podem oferecer aos clientes as melhores lojas da região. “Para se integrar ao pólo, as empresas passam por um rigoroso processo de seleção e treinamento dos funcionários. Com isso, adquirem um selo de qualidade”, explica.

Um dos principais nomes da arquitetura de interiores no ABC, Ângela Tasca, trabalha com o pólo há quatro anos. Segundo ela, as lojas associadas à entidade não perdem para empresas conceituadas da capital. “Hoje, os estabelecimentos da associação buscam tendências e novidades fora do país e trazem o que há de melhor na decoração mundial para o Grande ABC. Antes, o cliente achava mais sofisticado comprar na capital. Agora percebe que tem tudo aqui”, avalia.

Tasca destaca a importância de o pólo contribuir para a renda permanecer na região. Somente os clientes dela, consumiram R$ 1,5 milhão nas lojas do pólo em 2004. “É um mercado que movimenta muito dinheiro e é importante que o comércio local se beneficie”, diz.

A decoradora Ana Maria Bogar, de Santo André, já fazia compras em algumas lojas da região antes da implantação do pólo. Ela considerou importante a criação da associação como forma de impulsionar o comércio local do setor, mas atribui o aumento das compras principalmente à variedade disponível na região. “Os clientes centralizam o consumo no Grande ABC porque é mais cômodo, já que é próximo (de quem mora na região) e oferece diversas opções na área de decoração”, avalia.

Das lojas que integram a associação, 23 estão em Santo André, 10 em São Bernardo, 7 em São Caetano, uma em Diadema e uma em Mauá. Cada empresa atua com diferentes segmentos da decoração; móveis, tapetes, tintas, iluminação, gesso, pisos, marcenaria, cortinas, entre outros. Existem 700 empregados nas lojas filiadas à entidade e mais 1,5 mil funcionários indiretos atuando na prestação de serviços.

Apesar de não divulgar números sobre o faturamento das lojas do pólo, o presidente Mazza afirma que o número de profissionais que levam clientes para consumir nas lojas da associação aumenta a cada ano. “Começamos a trabalhar com 400 arquitetos e decoradores. Atualmente temos 1,1 mil. Os clientes de pelo menos 600 deles compram todos os meses”, comenta.

Para a arquiteta Tereza Simões, de São Bernardo, outro aspecto importante do pólo é a relação com os fornecedores. “Traz facilidades, porque você verifica o que precisa comprar por meio do catálogo, faz o pedido e eles entregam na obra. E, além disso, você conhece o fornecedor e sabe que pode confiar nele”, afirma.

Além de atrair a clientela do Grande ABC, a qualificação dos estabelecimentos que integram o pólo trouxe pessoas de fora da região. “Atualmente, atendemos consumidores da capital, do interior e do litoral. O sucesso acabou sendo maior do que esperávamos”, diz Mazza.

O pólo possui patrocinadores como Tintas Coral, Citroen, Revista Espaço D, Luxaflex e ABN Amro Bank. De acordo com Zanetti, vice-presidente do pólo, o papel das empresas que patrocinam a associação é contribuir para a promoção da entidade e financiar os prêmios concedidos aos profissionais. “Cada empresa tem seu interesse na associação. O ABN Amro Bank, por exemplo, oferece linhas de financiamento para clientes de todas as lojas integrantes do pólo”, explica.



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