“Há uma história em que um burro fica comendo de um lado e o outro de outro, e um monte de capim no meio. Um puxa para um lado e outro para outro. Fica um acusando o outro e outro acusando a outro. Na realidade, é preciso que haja uma união de esforços para que a coisa seja executada”, afirmou Corrêa, tentando demonstrar a necessidade de os chefes dos três Poderes pararem de trocar farpas e se reunirem para discutir.
Corrêa adiantou que a reunião não é para “delegados de chefes de Poder”. “Isso é para valer, não é uma coisa abstrata. Vamos ver o que eles podem ajudar, já que há críticas generalizadas”, afirmou o presidente do STF, que nos últimos meses teve problemas de relacionamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar de considerar “interessante” a idéia do publicitário Duda Mendonça de fazer uma campanha publicitária sobre o Judiciário, Corrêa afirmou que não dispõe de recursos para isso, e disse que os juízes sabem as razões das críticas sofridas. “Geralmente quem critica não tem conhecimento sobre a tramitação dos processos, que permitem vários recursos, atrasando o julgamento”, afirmou. Ele explicou que, no momento, o STF está tentando colocar no ar uma rádio do Judiciário e transformar em canal aberto a TV Justiça, o que deverá democratizar, em sua opinião, as informações sobre o Poder.
Ingerência – Horas após a entrevista concedida por Corrêa a jornalistas, dirigentes da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) assinaram uma carta com os resultados do 18º Congresso Brasileiro de Magistrados, que aconteceu na semana passada, em Salvador. Com nove pontos, o documento rejeita qualquer forma de ingerência que comprometa a soberania nacional, a independência e a autonomia do Judiciário, numa referência à proposta de inspeção da ONU (Organização das Nações Unidas) na Justiça. O documento também denuncia uma suposta política de desmonte do Estado decorrente, dentre outras razões, da reforma previdenciária.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.