Dois casebres nos fundos de um mesmo terreno escondiam 2 Kg de explosivo capaz de derrubar uma casa, cocaína e ligações ilegais de telefonia na rua Champolion, 155, na Vila Suíça, em Santo André. A informação que levou a Polícia Militar ao local é de que os cabos de telefone montavam uma espécie de central para receber e redirecionar ligações de traficantes presos. Isso deve ser investigado.

A polícia afirmou que o explosivo encontrado, do tipo conhecido como gel, é utilizado em demolições. Foram presas as irmãs e moradoras Rosângela e Rosana Salvador, 31 anos. Elas residiam no local com os filhos pequenos, cada uma em uma casa, e assumiram a posse dos produtos.

Rosângela, acusada de guardar a bomba e suspeita de operar a central, afirmou à polícia que comprou o explosivo seguindo orientação do marido, preso na penitenciária de Tremembé, na capital. Ela teria comprado o explosivo industrial no bairro Eldorado, em Diadema. Sobre as gambiarras telefônicas, Rosângela disse que o sistema funcionava até 15 dias atrás e foi cortado pela operadora de telefonia. Ela não quis falar com a reportagem.

A irmã dela, Rosana, que teria guardado em casa 24 papelotes de cocaína – 24 gramas – e quatro pedras de crack, disse à reportagem que vendia de dois a cinco papelotes da droga por dia no largo da Vila Luzita, o que lhe rendia cerca de R$ 40 por dia. “A droga é minha, sim. Eu costumo buscá-la toda semana no bairro Santa Cecília (região central da capital)”, disse Rosana. Com ela, a polícia também apreendeu dois documentos de identidade falsificados com sua foto.

Mas polícia suspeita que Rosana vendia a droga em sua casa mesmo. “Acreditamos que aqui seja uma boca de venda do asfalto”, disse o major Arnaldo Rodrigues da Silva, do 41º Batalhão da PM de Santo André. O caso foi registrado no 6º DP da cidade.