A Prefeitura de Mauá promete reativar o passe escolar gratuito a 8 mil estudantes das redes públicas estadual e municipal, extinto em 1998. Os cartões eletrônicos serão comprados das empresas Barão de Mauá e Januária com desconto de 50% e distribuídos gratuitamente aos estudantes da rede pública que tenham renda familiar baixa e residência com distância mínima de 2 mil metros das escolas. O prefeito interino, Diniz Lopes (PL), afirma que há um cadastro com 7,2 mil estudantes, mas o benefício poderá ser estendido a 8 mil. A Prefeitura deverá gastar aproximadamente R$ 350 mil por mês com o benefício. A idéia é distribuir os passes a partir do segundo semestre.

Mas para receber o passe livre o estudante terá de dar contrapartida como prestação de serviços à Prefeitura ou à comunidade, diz o prefeito interino. “O aluno precisa valorizar o benefício que recebe, pois trata-se de dinheiro público”. Diniz Lopes não definiu que tipo de serviço poderá ser prestado pelos estudantes.

O passe escolar gratuito foi implantado na gestão de Amaury Fioravante (1989 a 1992) e retirado em 1998, durante a administração do ex-prefeito petista Oswaldo Dias.

Os idosos já possuem o benefício, que agora será incrementado com o cartão social eletrônico para 10 mil pessoas com idade acima de 60 anos. O cartão será confeccionado pelas empresas de transporte Barão de Mauá e Januária e distribuído gratuitamente aos munícipes cadastrados.

O prefeito interino alega que a medida visa acabar com a humilhação e o constrangimento que os idosos enfrentam quando precisam apresentar a carteirinha que dá acesso aos ônibus. “Tem motorista que sequer pára para os idosos”, reclama Diniz. Com o cartão o idoso passará pela catraca eletrônica sem precisar mostrar qualquer documento.

Troca – Segunda-feira, durante reunião com os empresários do setor de transporte coletivo, Diniz Lopes cobrou a troca de ônibus velhos da frota. O prefeito diz que dos 110 veículos em operação, 21 são de 1997 e, portanto, com maior probabilidade de apresentar problemas.

Os donos das Viações Barão de Mauá e Januária, Baltazar José de Souza e Dierly Baltazar de Souza, informaram que além desses 21 carros, outros nove deverão ser comprados, totalizando 30, em 2005. A entrega está prevista para julho e agosto. “Já trocamos 59 ônibus no ano passado”, recorda Dierly. Ele acrescenta que a vida útil dos ônibus é de oito anos.

No início de abril Diniz ameaçou romper o contrato com as duas viações e abrir licitação para contratação de empresa para operar na cidade caso o sistema de transporte não melhore. Segunda-feira, mais cauteloso, disse que antes de tomar qualquer medida, a Prefeitura irá fazer sua parte.

Os empresários solicitaram investimentos e ampliação no terminal de ônibus do Centro, construção de pelo menos três mini-terminais no Jardim Zaíra, um no bairro Sertãozinho, e obras no sistema viário do bairro Feital. Houve ainda a solicitação da retirada de ambulantes de locais que prejudicam a passagem ou parada dos ônibus. Para Baltazar, tais reivindicações podem melhorar o transporte em pelo menos 25%. O empresário diz que os mini-terminais irão desafogar o terminal do Centro da cidade evitando atrasos nos ônibus.