O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), lançou ontem, no Cenforpe, o Orçamento Participativo 2011, que neste ano foi transformado em prestação de contas. Mais do que falar sobre os projetos realizados em dois anos e quatro meses de governo, o petista aproveitou a oportunidade para também criticar seu antecessor, o ex-chefe do Executivo e deputado federal William Dib (PSDB), potencial adversário na disputa pelo Paço no ano que vem.

Ao discorrer sobre planejamento do atual mandato, Marinho disse que a cidade "perdeu seis anos (2003 a 2008, gestão do tucano)", porque não aceitou os investimentos do governo federal. "Tive de pedir ao presidente Lula para postergar a data de recebimento de R$ 208 milhões para não perder os recursos", salientou o petista.

O prefeito ressaltou ainda que as 5.200 moradias populares planejadas neste mandato - algumas já entregues - superam as 3.200 concluídas em toda a história do município.

Além dos ataques a William Dib, a artilharia de Marinho também teve como alvo o governo estadual, sob o comando de Geraldo Alckmin (PSDB). Quando o assunto foi Transporte, disse que "não tem muito o que a gente fazer, aqui para nós". E observou que, no setor, as 39 cidades da Região Metropolitana têm de ser pensadas como um todo.

"Há necessidade de integrar os municípios por meio de transporte eficiente e rápido, não só pelo viário de ônibus e carro. O Metrô não pode ficar restrito à cidade de São Paulo. A Região Metropolitana não pode ficar só no discurso", frisou, em nítida crítica ao Palácio dos Bandeirantes, que pretende criar projetos específicos, com fundo de verbas a ser criado, para a Grande São Paulo através de projeto que tramita na Assembleia Legislativa.

Na área de mobilidade urbana, Marinho aposta na concretização do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que terá início no bairro Alvarenga e irá até a Estação Tamanduateí do Metrô, na Capital. "A partir daí, poderemos reestruturar o transporte, criar corredores e facilitar o tráfego em São Bernardo."

Outro setor destacado pelo prefeito foi a Educação. Segundo o petista, serão criadas 16 mil vagas para alunos de zero a 10 anos, com a inauguração de sete CEUs (Centros Educacionais Unificados). "Mantive o nome porque é um projeto que promove ensino de qualidade e todos sabem que é do PT."

Marinho finalizou a explanação com um recado aos adversários da eleição de 2012. "Nós podemos muito e de forma muito mais rápida."

Cloves confirma saída da Pasta de Serviços Urbanos

O secretário de Obras, José Cloves da Silva, deixou ontem o comando da Pasta de Serviços Urbanos, a qual acumulava desde o dia 3 de março. A partir de segunda-feira quem responde pelo setor é o secretário adjunto, Ney Vaz.

Cloves confirmou a troca, mas a mudança não foi oficializada na edição de ontem do órgão oficial de imprensa de São Bernardo, o jornal Notícias do Município. "Foi uma decisão conjunta com os integrantes do governo", disse o secretário, rechaçando pressão para sair, por ser ligado à deputada Ana do Carmo e ser responsável por duas áreas.

O titular de Obras ressaltou que ainda está em estudo a fusão das duas secretarias, mas que "em curto espaço de tempo não dá para fazer isso". "Talvez num próximo período. Mas é só uma ideia. Vamos continuar a trabalhar para unificar", afirmou Cloves, cotado para ser candidato a vereador. "Não está fechado, mas é uma proposta do PT."

MONTEMOR

A filha do ex-deputado Edinho Montemor (PPS), Elaine Montemor Fernandes, foi contratada ontem pelo governo Luiz Marinho. Ela exercerá o cargo de chefe de Divisão de Agentes Públicos, com salário de aproximadamente R$ 7.000.

A nomeação mostra a aproximação de Edinho com o prefeito petista, mesmo o ex-parlamentar sendo ligado, teoricamente, ao deputado estadual Alex Manente (PPS). Elaine foi exonerada da liderança popular-socialista da Assembleia há um mês.