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Fiesp: empresas preferem pagar bancos a impostos
Por Do Diário do Grande ABC
12/07/1999 | 14:38
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Pesquisa realizada pela Federaçao das Indústrias do Estado de Sao Paulo junto a 2 mil empresas de manufatura constatou que as companhias preferem atrasar o pagamento de impostos a compromissos bancários. Os resultados da pesquisa surpreenderam o coordenador do Grupo dos Passivos Financeiros da Fiesp/Ciesp, José Augusto Corrêa, empresário do setor de ferramentas e professor da Fundaçao Getúlio Vargas, de Sao Paulo.

Metade das 503 respostas enviadas -67% sao micro e pequenas indústrias, 26% médias e 7% grandes- trabalha longe dos bancos, sendo que mais 14% usam os serviços bancários raramente. Dos empresários que costumam utilizar serviços bancários, 84,5% declaram-se em dia, 3% estao renegociando, apenas 2,4% sao inadimplentes e 1,6% estao com garantias em execuçao. Corrêa observa que a maioria fica em dia, "preferindo atrasar impostos a ter que deixar de pagar as promissórias".

Estudo realizado pelo Grupo de Assuntos Fiscais da Fiesp/Ciesp (Grafis) revela que 80% das empresas paulistas possuem alguma pendência fiscal, seja no âmbito federal ou estadual. Elas integram a incomoda lista de devedores no Cadastro Informativo dos Créditos Nao-quitados (Cadin), ficando em desvantagem na hora de conseguir financiamentos em bancos oficiais.

Para liquidar um tributo federal, as empresas devem pagar 20% de multa e caso necessário utilizar financiamentos bancários com juros de 40% ao ano e 30 meses para pagar. O estudo aponta para a necessidade de reduçao no percentual das multas, juros compatíveis e maior prazo para pagamento.

Crédito - Antonio Carlos de Lauro Castrucci, presidente da Associaçao Brasileira dos Bancos Comerciais e Múltiplos (ABBC), diz que os bancos devem manter contraído o mercado de crédito mesmo após a reduçao no compulsório sobre depósitos a prazo de 25% para 20%.

O banqueiro afirma que a economia nao recomenda expansao de crédito, pois os juros continuam altos e há o temor da inadimplência. Os bancos mantêm tendência de cautela na concessao de crédito. Levantamento da Virtual Vendor Consulting com base nos dados do Banco Central mostra que a alta nos juros em fevereiro de 1999 para evitar a maxidesvalorizaçao cambial nos preços provocou uma "trava" nos volumes de crédito.

O resultado é uma queda geral de 32,8% no volume de empréstimos em maio em 1999 em relaçao ao mesmo mês do ano anterior. O volume de financiamentos para pessoas jurídicas declinou nada menos que 40,5% em maio de 1999 em relaçao ao mesmo período do ano anterior. Essa queda de volume de recursos para empresas ocorreu principalmente nas linhas de comércio exterior e captaçao internacional. A inadimplência alta segurou também os empréstimos para pessoas físicas que diminuiu 10,53% na mesma época.




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