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Vandalismo impede conservação de plays
Michelly Cyrillo
Do Diário do Grande ABC
22/08/2010 | 07:06
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O vandalismo é um dos maiores problemas para as Prefeituras conservarem os espaços públicos. Além dos brinquedos, as condições dos banheiros são péssimas em algumas cidades, e a justificativa das Administrações é de que não conseguem manter por conta das constantes degradações.

A balança é o principal brinquedo em falta na região. O Diário flagrou no Parque Central, em Santo André, uma turma de adolescentes brincando nos equipamentos. Este município foi o único a informar a porcentagem de brinquedos destruídos por vandalismo: 95%. O restante (5%) é por desgaste natural dos aparelhos. Em todos os espaços faltam pelo menos um brinquedo e, geralmente, são as balanças. O pior quadro é no Parque Fernando Vitor de Araújo Alves, em Diadema, que possui 45 equipamentos, e tem apenas 33 funcionando. Sete estão inativos e são balanças.

A condição dos banheiros dos parques de Mauá são péssimas. No Parque da Gruta Santa Luzia, além da pichação, faltam descargas, torneiras, e assentos. Porém são limpos. Já em Diadema, no Parque do Paço, além de imundos, não tem assentos e em um dos banheiros as privadas são no chão, oferecendo risco de queda às crianças.

"O banheiro tem que oferecer condições de uso. Além de ferir o princípio da dignidade humana, este quadro é uma questão de saúde pública, já que há risco de contaminação", disse o presidente da Comissão de Fiscalização da Qualidade de Serviços Públicos da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, Anis Kfouri Junior.

Em Santo André, os sanitários são pichados, mas são limpos. O papel higiênico pode ser adquirido nas Administrações de cada espaço. Em São Caetano e Ribeirão Pires são limpos e têm papel higiênico. São Bernardo é mais bem equipado, além de ter privadas adaptadas aos pequenos e fraldário, possui até sabonete líquido.

Para coibir o vandalismo, as Administrações informaram que os Guardas Civis Municipais têm no itinerário das rondas as praças e parques, como uma forma de inibir as degradações e preservar o patrimônio.

Risco - Apenas dois parques tinham brinquedos que ofereciam risco às crianças: Guapituba, Mauá, e o Parque Municipal Milton Marinho de Moraes, Ribeirão Pires.

O Guapituba, além de estar com o piso escorregadio, contava com uma estrutura de balança solta. No de Ribeirão, os três escorregadores estavam moles e precisando de reparos, além de duas gangorras estarem soltas. As Prefeituras informaram que irão vistoriar os locais e providenciar reparos.

Corte de eucaliptos na Cidade da Criança aguarda perito
Os eucaliptos do Parque Cidade da Criança, em São Caetano, devem ser cortados em breve pela Administração. O motivo é evitar acidentes com a queda de galhos e revitalizar o espaço com espécies nativas. Um laudo da Sesurb (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos) está em análise no MP (Ministério Público) do município desde abril.

O laudo assinado pelo secretário da pasta, Geová Maria Faria, pede o corte de 54 eucaliptos afirmando que as árvores são antigas (entre 35 e 40 anos), possuem um alto índice de cupim e outras doenças, além de serem muito altas (25 a 30 metros). Por isso, alguns galhos estariam fracos e secos, oferecendo risco de queda dentro e nas imediações do parque. O documento possui 41 fotos expressando os problemas.

Apesar de os vizinhos relatarem constantes quedas de galhos e do laudo comprovando o problema, o Prefeito José Auricchio Junior afirmou que o local não oferece risco. " Estamos aguardando o resultado do inquérito. Se o parque tivesse risco, a Defesa Civil já teria tomado providências."

Os frequentadores do espaço afirmaram que o parque é fechado quando venta. "Os funcionários já me pediram para sair do local em um dia que começou a ventar muito", disse a dona de casa Sandra Maria Barbosa, 46 anos.

O promotor de meio ambiente e urbanismo Julio Sergio Abbud alegou que aguarda um perito do MP de São Paulo para avaliar as árvores. "Já solicitei o profissional, mas estamos em uma fila. O corpo de peritos está cuidando primeiro dos inquéritos parados há mais de cinco anos. Não tem prazo, temos que esperar."

Abbud afirmou, que se a Prefeitura acredita que o local oferece risco, pode tomar providências. "Eles podem cortar as árvores, se julgarem necessário. Já apresentaram um laudo, tem uma justificativa. Mesmo que o inquérito ainda esteja em andamento."

A assessoria de imprensa do município afirmou que Prefeitura foi orientada informalmente pela promotoria a aguardar a conclusão do caso. E que o espaço não oferece perigo e que deve passar por revitalização, com compensação ambiental prevista.




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