Setecidades Titulo São Bernardo
Quiosques do Estoril têm irregularidades

Há 4 anos Prefeitura promete construir estruturas e permissionários trabalham no improviso

Yago Delbuoni
Especial para o Diário
11/07/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Os quiosques provisórios de alimentação do Parque Estoril, no Riacho Grande, em São Bernardo, funcionam sem o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), documento emitido pela corporação e que atesta que a edificação possui condições de segurança contra incêndio. Os comerciantes ocupam as estruturas há quatro anos, enquanto aguardam a construção dos quiosques fixos prometidos pela Prefeitura.

No dia 22 de abril, três das 13 tendas pegaram fogo. O laudo feito pelos Bombeiros foi inconclusivo em relação às causas, mas apontou a falta do AVCB.

Esta, inclusive, não foi a primeira vez que houve incêndio no local, por isso, os permissionários temem mais ocorrências, que oferecem risco também para a fauna e flora. Eles alegam que têm apenas duas alternativas atualmente: parar de trabalhar ou continuar nas tendas improvisadas, sem energia elétrica e água. “Se uma estrutura queimou por falta de autorização para o uso, como é que as outras podem continuar funcionando, uma vez que oferecem o mesmo risco?”, questiona o presidente da associação dos comerciantes do Parque Estoril, Roberto Carlos Francisco, 40 anos.

Francisco explica que, como o laudo não conseguiu determinar as causas do incêndio, os comerciantes não serão ressarcidos. “Isso indica que não podem ter o reembolso da Prefeitura.”

O quiosque dele pegou fogo há quatro anos e, de lá para cá, ele não está trabalhando. “A gente tinha pontos de alvenaria, mas foram derrubados e nos colocaram nos provisórios. Neste período, a Prefeitura construiu seis estruturas fixas, mas somos em 13 permissionários e não há previsão para a conclusão das outras sete.”

O presidente da associação contabiliza os prejuízos. “Perdi R$ 80 mil só na estrutura da tenda que queimou, e R$ 120 mil em vendas. Aguardo retorno da Prefeitura e, enquanto isso, sobrevivo do que guardei na época em que o quiosque funcionava.”

O vendedor Enoque Oliveira de Vasconcelos, 69, está trabalhando nas tendas há quatro anos. “Tenho prejuízo de cerca de R$ 600 por mês. Estamos atuando precariamente, sem energia e até mesmo sem água.”

Segundo o vendedor, a Prefeitura só posterga a solução. “Temos reunião todo o mês e prometem construir o restante dos quiosques fixos, mas não dá mais para confiar em ninguém. São só promessas, nada sai do papel.”

Procurada pela reportagem do Diário, a Prefeitura de São Bernardo não retornou até o fechamento desta edição.
 




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