O índice de cheques devolvidos no mês passado foi de 1,82% no País. O percentual é menor que o de 1,88% de devoluções verificadas em agosto. No entanto, em setembro do ano passado, foi devolvido 1,59% das folhas compensadas.

O levantamento, realizado pela Serasa Experian, indica ainda que, entre os acumulados do ano também houve evolução no volume de cheques sem fundos. De janeiro a setembro, foi devolvido 1,92% dos papéis, ao passo que em igual período de 2010 houve 1,8% de devoluções. “Esse resultado era esperado, já que a inadimplência do consumidor está superior à taxa de inadimplentes em 2010. O cenário é consequência da alta dos juros no primeiro semestre (o que encareceu as dívidas), assim como da inflação, o que prejudicou o orçamento familiar”, esclarece o gerente de indicadores de mercado da Serasa, Luiz Rabi.

Ele explica que, mesmo havendo queda nas devoluções de cheques em setembro, no contexto anual, o índice está maior e crescente. “Ainda assim, nada se compara ao volume de cheques devolvidos em 2009. O fato é que o ano passado foi muito bom para a economia e para os consumidores.”

Para os próximos meses deve haver queda na devolução dos compensados, já que a população conta com a ajuda do 13º salário para quitar dívidas. “O problema só vai aparecer em março, quando as dívidas típicas de início de ano (impostos, matrículas e materiais escolares) se acumulam”, esclarece Rabi.

Para 2012 a expectativa é positiva. “A taxa de inadimplência e, consequentemente, o volume de cheques devolvidos devem ser menores do que neste ano. Já é possível notar queda dos juros e da inflação, além do desaquecimento da concessão de crédito. Por outro lado, o mercado de trabalho continua a oferecer novas vagas. É uma balança bastante favorável para a economia.”