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Grande ABC assiste ‘boom’ dos consórcios de imóveis
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
19/10/2005 | 08:17
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A burocracia e as altas taxas de juros praticadas pelos bancos no financiamento da casa própria estão sendo a principal alavanca de crescimento das vendas de cotas de consórcios imobiliários na região. Levantamento da Abac (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios) mostra que entre janeiro e julho o setor apresentou desempenho positivo de 34,5%. No Grande ABC, administradoras registram crescimento maior: de até 53% no ramo imobiliário.

Segundo a Abac, as vendas de planos de consórcios apresentam expansão de 19,2% nos sete primeiros meses do ano – sobre igual período de 2004. O número de cotas vendidas saltou de 956 mil para 1,14 milhão no período. Para este ano, a Abac projeta alta de 25%. Atualmente, o país tem 3,3 milhões de consorciados.

No Grande ABC, as administradoras de cotas também comemoram os resultados. A Conshop, de Santo André, cresceu 39% e o melhor resultado foi apresentado pelo ramo imobiliário. “A grande locomotiva da Conshop foi o consórcio imobiliário. De setembro de 2004 até hoje, acumulamos 50% de novos clientes”, diz o gerente de vendas, Celso Lourenço. A administradora gerencia as cotas de 15 mil consorciados. Desse total, seis mil de imóveis.

Vantagens – Lourenço explica que os planos de consórcio têm vantagens financeiras para o setor imobiliário. “O cliente pode ajustar as prestações ao seu orçamento e prazo de aquisição. É um meio de compra mais ágil e menos burocrático que o financiamento bancário”, avalia. Para administrar as cotas, as empresas cobram taxa administrativa mensal em torno de 0,2% sobre a prestação. “Nos bancos, as taxas podem chegar a 2%”, diz ele.

A administradora Remaza, com filiais em Santo André e São Caetano, registrou crescimento de 53% dos consórcios imobiliários até setembro. A taxa geral de expansão foi de 18,6%. “Em cinco anos vamos igualar a quantidade de cotas de imóveis a automóveis”, prevê o diretor de vendas, Ricardo Jaques. Hoje, os veículos representam 42,3% das cotas contra 9% de imóveis.

A administradora União, que possui carteira de clientes em cidades da região, também segue o compasso da expansão do mercado nacional. No primeiro semestre deste ano, o ramo de imóveis cresceu 42%. “Desde 2003, o aumento de cotas de imóveis é bastante acentuado. É uma tendência de mercado”, sentencia Kentaro Takahara, diretor-comercial da União.

Para participar dos grupos de consórcio, o cliente não deve ter restrição de crédito. A carta de crédito pode financiar até 100% do valor do imóvel, sem a necessidade de investimento de capital de entrada. O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) pode ser sacado para efetuar lances. Caso o preço da propriedade seja maior do que o financiado pela carta, o consorciado pode completar o valor.

Mercado – Segundo a Abac, as cotas de automotores representam 82% do mercado nacional de consórcios. Do total de 3,3 milhões de participantes, cerca de 2,74 milhões pretendem adquirir um veículo. No entanto, o segmento cresceu apenas 3,8% entre janeiro e julho deste ano em comparação com o mesmo período de 2004. O setor de eletrodomésticos e eletroeletrônicos apresentou o melhor desempenho. No período, o ramo cresceu 118%, saltando de 196 mil consorciados para 325 mil.



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