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Absolvido, Hamilton Lacerda nega retorno político

Ex-vereador de São Caetano diz que PT lhe deu tratamento ‘duro’ no caso dos aloprados

Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
21/03/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Absolvido pela Justiça no escândalo dos aloprados, o ex-vereador de São Caetano e atual diretor de projetos do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Hamilton Lacerda (PT), rejeitou retomar carreira política. O petista mantém o posicionamento tomado em 2012, quando sofreu revés eleitoral na tentativa de reconquistar uma cadeira na Câmara e quando disse ter encerrado seu “ciclo” na vida pública.

O argumento de Hamilton é que, para voltar a trabalhar sua imagem junto ao eleitorado, teria de mudar seu estilo de vida atual. “Não pretendo abrir mão da convivência com minha família e meus amigos, a quem tenho dedicado meu tempo livre. Estou envolvido com política, mas de outra forma, dou contribuição técnica, sou mestre em Administração Pública”, disse, ao destacar que a decisão da juíza da 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fabiana Alves Rodrigues, que rejeitou a denúncia do Ministério Público Federal contra ele e outros quatro petistas por falta de provas na acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Hamilton considerou que o caso trouxe prejuízos “irreparáveis” à sua imagem, o que levaria tempo indeterminado e muito esforço para reconstruir o status de vereador mais votado de São Caetano. “Alguns políticos envolvidos em casos de crimes comprovados conseguiram, com perseverança e pragmatismo superar, mas desacelerei minha vida política. É uma opção que faço pela minha família”. Segundo ele, a disputa de 2012, quando conquistou 651 votos, funcionou como termômetro para um eventual retorno.

Sem citar nomes, o ex-vereador reclamou do tratamento duro do diretório são-caetanense do PT, que o expulsou depois de ser flagrado, em 2006, em hotel da Capital na condição de integrante da coordenação da campanha estadual do hoje ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), portando uma mala que teria recurso para compra de um dossiê que ligava o então adversário tucano na disputa e hoje senador José Serra à Máfia dos Sanguessugas, que superfaturava compra de ambulâncias em prefeituras paulistas.

“O PT mudou muito. Digo que virou igual aos outros partidos e a gente não era igual. Prefiro guardar na memória o antigo PT, a história até atingir nosso objetivo, que foi a eleição de presidente do (Luiz Inácio) Lula (da Silva, em 2002). Não está tudo perdido, talvez falte renovar objetivos e trabalhar o coletivo”, externou.




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