Depois de alguns meses ausente na TV, o bordão “Isso é uma vergonha” volta ao ar a partir de março. De “férias” desde o encerramento da fracassada TV JB, Bóris Casoy se prepara para encarar um novo formato de telejornal. O jornalista, acostumado a ancorar noticiários noturnos, assinou contrato com a Band e estreará no horário da tarde.

Ainda sem muitas informações sobre o projeto, Bóris já sabe que ficará no ar diariamente, por uma hora. Mas apenas metade desse tempo será exibido em rede nacional. “De 13h30 às 14h vamos apresentar reportagens nacionais. O outro bloco, também de 30 minutos, será regional, apenas para São Paulo”, adianta.

“Além da fama com os esportes, a Band sempre mostrou um perfil diferente nos noticiários. Tanto que é nessa área que sua audiência se destaca”, analisa. Bóris não revela quais emissoras o procuraram, mas dá a entender que uma delas foi o SBT. “Tenho uma história longa com eles.”

Apesar de nunca ter trabalhado em telejornais vespertinos, Bóris não acredita que tenha dificuldades para se encaixar no horário. O jornalista encara o fato de trabalhar para um público diferente como mais um fator positivo para sua estréia na Band.

Aos 66 anos, Bóris entende que essa é uma oportunidade de conquistar uma audiência mais feminina e de idosos. Isso, é claro, mantendo o mesmo estilo austero de dar a notícia. “Quando a Band me procurou, estava interessada no profissional que eu já sou. Por isso, não vou mudar nada”, enfatiza.

Longe do ócio - Antes de fechar contrato, Bóris chegou a pensar em abandonar a carreira e viver uma rotina de aposentado. Apesar de negar o medo de ser esquecido, o jornalista confessa que levou dois sustos em pouco tempo.

Primeiro, com a demissão na Record. E depois, com o fim da TV JB. Mas ao experimentar a rotina de aposentado, o novo âncora da Band repensou sua idéia. “É melhor enfartar de tanto trabalhar do que de desgosto por conta do ócio. Tentei vadiar, mas achei muito”, brinca.

Na justiça - Além do novo projeto, outro assunto ocupa a agenda de Bóris. Até hoje ele processa a Record por conta da quebra do contrato um ano antes de seu término. A Record pagou os salários que faltavam até a data prevista, mas Bóris cobra o valor da multa pela rescisão. Segundo o jornalista, o valor da indenização pedida é de 48 vezes o salário pago a ele. “Se fosse o contrário, eles também me cobrariam. É isso que estão fazendo com quem quis sair”, ataca.