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Déficit de vagas em berçários é de 22%
Por Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
13/01/2008 | 07:00
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A central reguladora de vagas em maternidades da região não atende 21,8% dos pedidos encaminhados pelas prefeituras. Em 2007, segundo informações do coordenador Alessandro Neves, 533 casos não puderam ser resolvidos. A maioria desses, cerca de 90%, por falta de leitos em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) Neonatais.

Ribeirão Pires foi o município menos contemplado no ano passado. Dos 58 casos encaminhados à central, 32 foram recusados, o que equivale a 44,82% do total. Segundo o secretário de Saúde, Jorge Mitidiero, a cidade recebe pacientes de Rio Grande da Serra, que não dispõe de hospital.

“Mesmo assim, não fazemos muitas solicitações, apenas em situações pontuais.” Em números absolutos, a população mais prejudicada foi a de Santo André, seguida por São Bernardo, apesar dos 28 leitos de UTI Neonatal do HMU (Hospital Municipal Universitário).

Somadas as sete cidades, 2.444 pacientes tentaram leitos de maternidades em seus municípios. As 533 que não conseguiram representam a demanda reprimida registrada pela central, comandada pela Secretaria da Saúde de São Bernardo.

De acordo com Neves, cerca de 80% das vagas são para procedimentos de parto.São Bernardo, por exemplo, não consegue leitos para aproximadamente 15% das gestantes. A mesma situação é observada em Santo André, segundo a diretora do CHM (Centro Hospitalar Municipal), Rosa Maria Pinto Aguiar. Em ambos os casos, o vilão é o berçário.

“A região poderia ser auto-suficiente se o Estado assumisse a sua responsabilidade. O natural seria os municípios conseguirem dar vazão aos partos de baixo risco e os hospitais estaduais, aos casos de alto risco”, afirma Alessandro Neves.

E a situação já foi pior. Segundo dados da central, em 2005, quando o governo comandava a divisão de vagas (o sistema fazia parte do plantão controlador regional do Estado, que era responsável pelo total de leitos dos hospitais), o déficit era 80% maior. A melhora é atribuída à reorganização do sistema.

COMPLEMENTO

O Diário entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para comparar números e informações, mas nenhum responsável aceitou dar entrevista. Segundo a assessoria de imprensa, os hospitais de Santo André e Diadema somam 20 leitos em UTIs Neonatal e 35 em unidades semi-intensivas.

Ainda de acordo com o Estado, os municípios têm gestão plena e, por isso, devem garantir a saúde da população das sete cidades. Os investimentos do governo no Grande ABC servem de complemento aos serviços municipais prestados. O compromisso, portanto, é de auxílio, não de responsabilidade.



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