As casas lotéricas podem parar de funcionar nesta quinta-feira. A categoria vai realizar uma assembléia na parte da tarde para decidir sobre a greve do setor por causa de alterações realizadas pela Caixa Econômica Federal - que coordena a operação das lojas.

Na reunião do dia, a principal discussão será sobre a mudança na operação dos carros-fortes. A partir deste ano, a Caixa não vai mais custear o serviço totalmente para os lotéricos. O sistema foi criado para dar suporte ao pagamento de contas das casas de jogos oficiais.

Segundo a delegada do Sicoesp (sindicato da categoria) e representante da associação no Grande ABC, Cleide Gerlin, a Caixa pretende pagar apenas parte desse serviço. "A despesa vai ser de R$ 1.000 a R$ 2.000 para cada lotérico por mês, dependendo do fluxo de caixa", conta.

Para Cleide, o fim do serviço de carros-fortes vai tornar difícil para as lotéricas aceitarem pagamentos de contas. "Se pararmos de receber as contas, podemos até perder a lotérica, por causa da determinação da Caixa que nos obriga a isso", explica a delegada do Sincoesp.

Além disso, há o prejuízo das lotéricas. Para cada conta recebida, a Caixa paga em média R$ 0,29 para a loja. "E ainda temos um problema de segurança, que pode se agravar com essa medida", afirma.

O anúncio da expansão do número de lojas pelo País não agradou a categoria, pois não há aumento nos valores dos repasses com os serviços prestados.

"O descontentamento é geral. Tem lotérico que está falido, pois não vale mais apenas ter um casa, pois o custo tem sido muito alto e o lucro cada vez menor. Não me surpreende se a reunião de amanhã (quinta-feira) se transformar em uma greve, pois estamos empurrando a situação com a barriga há muito tempo", comenta Cleide.