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Média móvel de casos de Covid sobe 667% na região

Especialistas dizem que características e vacinação avançada têm minimizado os efeitos da ômicron

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
16/01/2022 | 04:15
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DGABC


A média móvel semanal de casos de Covid no Grande ABC disparou desde o início do ano. De acordo com levantamento do instituto de pesquisa ABC Dados, que usa informações dos boletins enviados pelas prefeituras, na sexta-feira as sete cidades, juntas, registraram média móvel de 928 casos de coronavírus em sete dias. No último dia de 2021, o indicador apontava 121, o que significa alta de 667%.

O número real de infectados pode ser muito maior, já que o Brasil tem enfrentado escassez de testes de Covid, tanto na rede pública como privada. Durante a semana, a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) recomendou que os centros médicos deixem de testar pacientes com sintomas leves da Covid para que não faltem testes de antígeno e PCR (o molecular, tipo mais preciso) para identificar a doença em pacientes com sintomas graves. 

Apesar do grande número de infectados, a média móvel de mortes no Grande ABC tem oscilado entre uma e duas. Segundo os especialistas, isso não significa que a variante ômicron, que já é predominante no Estado e está presente em 80% dos casos, seja menos letal, mas, sim, que a cepa chegou em momento que a vacinação está bastante adiantada – na região, 98% das pessoas com 12 anos ou mais já receberam a primeira dose, 91,7% estão com o esquema vacinal completo e 31,2% já tiveram acesso à dose de reforço. 

“A ômicron tem se espalhado pelo mundo de uma forma avassaladora, ela se transmite muito mais rápido. Essa variante carrega característica de ser menos competente para infectar as células dos pulmões de acordo com estudos preliminares em células de animais, mas, por outro lado, ela tem menos probabilidade de causar doença grave, principalmente no Brasil, que é um País vacinado. Por isso temos que ter cuidado em dizer que ela é menos letal, pois a variante encontrou população mais protegida”, avaliou a microbiologista Natalia Pasternak.

A opinião da especialista é compartilhada pelo superintendente e diretor médico do Hospital Albert Einstein, Miguel Cendoroglo Neto, que tem percebido evolução rápida dos contaminados. “Com a variante gama, por volta de metade dos pacientes precisavam de terapia intensiva, era quadro bem mais grave. Agora, são casos em que os pacientes têm principalmente gripe forte. Não chegam a ter pneumonia. Até tem casos, mas são mais raros”, explica Cendoroglo. “Em média, o paciente fica cerca de três, dois dias internado por Covid (no Einstein). Há um ano, quando estava começando a subir a gama, o índice estava em 9,5 dias. O quadro clínico é bem mais brando”, acrescenta.

De fato a ômicron ainda não tem feito pressão na rede de saúde do Grande ABC. Apesar do grande aumento no número de pacientes internados nos últimos dias – passou de 235 acamados em 31 de dezembro para 499 na sexta-feira –, a taxa de ocupação de leitos na região é de 49,45%, de acordo com dados da plataforma SP Covid Info Tracker, plataforma gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria). Considerando apenas leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), a ocupação é de 50,3%. No total, o Grande ABC dispõe atualmente de 1.009 leitos exclusivos para pacientes com Covid.




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