Esportes Titulo Duas frentes
Cannabis medicinal vai de polêmica à solução

Um dos princípios ativos da maconha, canabidiol ajuda atletas de alta performance em Tóquio

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
30/08/2021 | 00:01
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Ale Cabral/ CPB


A medicina é aliada do esporte há muito tempo. Os avanços tecnológicos auxiliaram no desenvolvimento de roupas, calçados, equipamentos e tratamentos que fizeram com que os atletas pudessem chegar o mais perto possível do limite para alcançar os melhores resultados. Outro avanço é relativo aos medicamentos, entre eles a cannabis medicinal para esportistas de alto rendimento. 


APROVADO. Bronze no revezamento 4x50 m na Paraolimpíada
de Tóquio, nadador Talisson Glock faz uso da substância para
combater insônia 

Se tempos atrás o auxílio de produtos à base de canabidiol (ou CBD), um dos princípios ativos da Cannabis sativa – que é o nome científico da maconha – era controverso, atualmente é bastante recomendado, com a utilização de competidores na atual edição dos Jogos Olímpicos Paraolímpicos de Tóquio, no Japão – primeiros destes eventos desde que a substância foi retirada da lista de substâncias proibidas por doping.

Artigo publicado em junho de 2020 no periódico Sports Medicine aponta que o CBD realmente pode promover efeitos fisiológicos, bioquímicos e psicológicos potencialmente benéficos para os atletas, segundo Maria Tereas Jacob, integrante da SCC (Society of Cannabis Clinicians, ou sociedade clínica da cannabis) e da IACM (International Association for Canabinoid Medicines, ou associação internacional para remédios à base da cannabis). 

“O uso do CBD antes do treino diminui o estresse em aproximadamente 80% e aumenta a concentração na atividade física. Após a atividade, o uso do CBD ajuda a diminuir a dor e acelerar a recuperação muscular graças às suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, regenerativa e relaxante muscular, eliminando também as câimbras. Outro ponto importante é que o CBD melhora o sono e, atualmente, está bem estabelecida a importância do sono na regeneração muscular.”

Um dos atletas da delegação olímpica a utilizar a substância foi o maratonista Daniel Chaves, que trata síndrome bipolar depressiva com o CBD. Já na Paraolimpíada fazem uso do canabidiol os nadadores Talisson Glock, Susana Schnarndorf e Roberto Alcalde. 

“Tem me ajudado demais na recuperação entre os treinos, no descanso e na qualidade do sono. É um composto completo e acredito que cada dia mais vai estar presente na vida dos atletas”, destacou Glock, que foi medalha de bronze no revezamento 4x50 m livre em Tóquio, na quarta-feira da semana passada. Ele buscou na substância uma solução para a insônia e percebeu melhora no desempenho esportivo. “Tem me ajudado demais na recuperação entre os treinos, no descanso e principalmente na qualidade do sono”, emendou o atleta, que disputou ontem os 50 m borboleta classe S6 e ainda disputará mais três provas na piscina japonesa.




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