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Proporcionalmente, S.Caetano é 2ª cidade do País em óbitos por Covid

São 558 mortes por 100 mil habitantes, à frente apenas de São José do Rio Preto, que tem 596

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
29/08/2021 | 00:01
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DGABC


São Caetano tem, proporcionalmente, o segundo maior número de mortes por Covid-19 do Brasil entre as cidades médias e grandes, com mais de 100 mil habitantes. De acordo com levantamento feito pelo Diário, com informações do banco de dados do Ministério da Saúde, o município do Grande ABC acumula 558 mortes a cada grupo de 100 mil moradores, atrás apenas de São José do Rio Preto, no Interior, que tem 596 óbitos a cada 100 mil habitantes.

Entre as outras cidades do Grande ABC, Santo André aparece na 28º posição da lista, com 419 mortes a cada grupo de 100 mil habitantes, seguida por São Bernardo, em 47º, com 382; Diadema, em 122º, com 318; Mauá, em 128º, com 315; e Ribeirão Pires, em 172º, com 280. Com 52.009 moradores, Rio Grande da Serra não faz parte do levantamento. A cidade de São Paulo aparece em 143º lugar, com 302 mortes.

O recorte a cada 100 mil habitantes é visto pelos especialistas em estatísticas como a melhor maneira de comprar locais distintos. É o mesmo critério utilizado, por exemplo, pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Estado para atestar os locais com maiores índices de criminalidade.

Alguns fatores justificam o fato de a Covid ser mais agressiva em São Caetano do que nos outros municípios do Grande ABC. O primeiro deles é o grande número de idosos que mora na cidade, que representa 19,1% do total, de acordo com estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse público é o mais suscetível a sofrer os efeitos do coronavírus.

Mas também é preciso levar em consideração o fato de São Caetano, desde o início do ano, ter tomado decisões contrárias às das outras cidades da região. Em uma delas, em março, a cidade acionou a Justiça para tentar tentar permanecer na fase laranja do Plano São Paulo enquanto os outros municípios do Grande ABC e todo o Estado tinham regredido à fase vermelha, a mais restritiva, em razão do aumento no número de casos de mortes de Covid. O pedido foi negado, mas passou a mensagem à população de que a cidade estava disposta a afrouxar as regras e isso foi observado com bares e restaurantes desrespeitando as restrições, assim como foi mostrado por diversas vezes pelo Diário.

Outro posicionamento polêmico tomado pela cidade ocorreu no início do mês, quando o município foi o único do Grande ABC a seguir as determinações do Estado e colocar fim à quarentena, ou seja, acabar com as restrições de horário e ocupação dos estabelecimentos. As outras cidades decidiram, após reunião no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC decidiram manter a rigidez até o dia 15 de setembro. 




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