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Só um a cada 24 internados
finalizou o esquema vacinal

De 1º de fevereiro a 4 de agosto região internou 18.669 doentes, sendo 788 com imunização completa contra a Covid

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
06/08/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/ DGABC


Apenas uma a cada 24 pessoas que estiveram internadas na rede municipal de saúde do Grande ABC de fevereiro a agosto tinha tomado as duas doses da vacina contra a Covid. É o que mostra levantamento feito pelo Diário com base em informações de cinco das sete prefeituras da região – Mauá e Rio Grande da Serra não responderam. Das 18.669 hospitalizações registradas entre 1º de fevereiro a 4 de agosto, 788 estavam completamente imunizadas contra o coronavírus, ou seja, 4,2%.

A aplicação dos imunizantes começou na região no dia 19 de janeiro. Os quatro fármacos aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil (Coronavac, Astrazeneca, Pfizer e Janssen) levam, em média, 15 dias para começar a fazer efeito, ou seja, gerar anticorpos. Desta forma, o levantamento usou como base o mês de fevereiro, quando pequena parte da população já estava parcialmente protegida.

Em Santo André, foram internadas 10.409 pessoas e, destas, 248 estavam completamente imunizadas. São Bernardo teve 352 doentes protegidos contra a Covid entre os 4.632 que estavam em leitos hospitalares. Já em São Caetano, das 851 internações, 113 eram pessoas vacinadas com as duas doses ou com o imunizante da Janssen, de aplicação única. Diadema manteve 2.235 pacientes nos hospitais, entre eles 62 vacinados; e Ribeirão Pires teve somente 17 internados com o esquema vacinal completo dentre as 542 pessoas que precisaram de hospitalização entre fevereiro e agosto. Com apenas a primeira dose foram 1.434 internados. Juntas, as cidades hospitalizaram desde o início da pandemia 44.870 pessoas.

Infectologista e fundador do IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente), José Ribamar Branco destacou que esses dados demonstram a eficácia do esquema vacinal completo contra a forma grave da Covid, ou seja, quando a pessoa infectada necessita de auxílio hospitalar. “Realmente as vacinas são extremamente eficientes. Hoje temos apenas 21% da população brasileira vacinada com as duas doses e, mesmo assim, nas faixas etárias dos grupos de maior risco, acima dos 65 anos, a maioria já tomou a segunda dose. Então, isso freia um pouco os casos mais graves e de mortalidade mais alta”, explicou o médico.

Branco pontua que, agora, “estamos no caminho certo”, e critica a atuação do governo federal pela morosidade na compra de vacinas. “Se tivéssemos adquirido doses no começo do ano já estaríamos em outro patamar”, completou.

O infectologista, porém, frisou que as internações caíram em todo o País, e destacou que há mais jovens internados e atestou redução maior de mortalidade neste público. “O jovem abaixo de 50 anos que tem Covid, nem que ele fique em estado mais grave, normalmente consegue reverter o quadro”, afirmou. “É preciso incentivar pessoas a tomarem a segunda dose e terminar o ciclo do esquema vacinal, principalmente idosos e pessoas com comorbidade”, indicou o médico.

“O Brasil, diferentemente dos Estados Unidos, tem uma boa aceitação da vacina. O quadro deve melhorar bem daqui para frente, na medida em que tivermos mais vacinas disponíveis e mais pessoas vacinadas”, previu, pontuando que nos próximos meses será observado como a variante delta se comportará. “Por ora, as pessoas vacinadas que adquiriram a delta estão em bom estado de saúde”, finalizou Branco. 




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