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Peemedebistas tentam reverter dissolução
Beto Silva
do Diário do Grande ABC
19/08/2011 | 07:11
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A exemplo do que ocorreu em Mauá, a antiga executiva do PMDB de São Caetano entrou na Justiça para anular o ato de dissolução do diretório municipal, ocorrido dia 13 de abril. Se houver êxito, a consequência será a mudança de rumo do partido.

O atual presidente, Ângelo Pavin, trabalha para lançar candidatura própria ao Paço em 2012, enquanto o mandatário anterior Nilo Figueiredo se reassumir, estará alinhado com o candidato governista indicado pelo prefeito José Auricchio Júnior (PTB).

Adauto Regiane, integrante do diretório dissolvido pelo comando do PMDB estadual, enumera os argumentos utilizados para tentar reverter o quadro. Primeiramente, segundo ele, houve irregularidade na interferência da direção paulista da legenda, que é provisória e sua única função seria organizar eleição interna para formar uma executiva definitiva. "Não poderiam ter agido como fizeram."

Outra ilegalidade foi o fato de os deputados estaduais Baleia Rossi (presidente) e Jorge Caruso (secretário-geral) participarem ativamente da decisão de dissolução. Se acordo com o estatuto da sigla, teria de ser aberta uma comissão de ética, sem a participação de políticos com mandato eletivo para analisar o caso. Mas Adauto afirma que nada disso foi feito.

O ex-dirigente municipal alega ainda que Ângelo Pavin, superintendente do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André e ex-vereador de São Caetano, sequer é filiado ao PMDB. "Para efetivar o ingresso no partido, teria de ser feito perante a executiva municipal. Mas nós nunca recebemos qualquer pedido dele nesse sentido", frisa Adauto.

Outro problema estaria no fato de, se Pavin comprovar que teve ficha abonada por alguma razão, ele não tinha 30 dias de partido para assumir a presidência, como também rege as normas internas. "Ele se desfiliou no dia 18 de abril do PTB e no dia 10 de maio foi formalizado comandante da executiva municipal", explica Adauto.

Há ainda outra irregularidade citada pelo integrante do diretório anterior, essa mais recente. A direção do PMDB de São Caetano, assim como a estadual, é provisória e sua única atribuição é organizar eleição para compor a executiva definitiva. "Isso teria de ter sido feito até o dia 10, quando bateu a data limite de 90 dias. Está tudo errado. Nossa ação objetiva anular todos os atos e retornar ao comando do partido", diz Adauto.

A única informação que o ex-dirigente não contesta é o motivo da dissolução feita pela estadual, que fez a intervenção em São Caetano por supostamente, na eleição do ano passado, os candidatos da legenda não terem atingido 5% dos votos válidos. "Não fiz essa conta", esquiva-se Adauto.

Com Pavin, o PMDB inclina para lançar candidato ao Palácio da Cerâmica no ano que vem. Inclusive filiou recentemente Cláudio Demambro, ex-assessor de Auricchio, para fortalecer as bases. Há também a possibilidade de compor com o PT, adversário histórico do PTB, que governa a cidade há três décadas.

Procurado, o ex-vereador disse que nem a executiva estadual nem a municipal receberam notificação do processo e preferiu não se pronunciar.




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