Setecidades Titulo Agosto Dourado
Incentivo ao aleitamento materno mobiliza a região

Prefeituras promovem palestras e gincanas para reforçar benefícios da amamentação para mãe e filho

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
02/08/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Denominado alimento padrão ouro pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o leite materno será o tema principal de diversas atividades programadas pelas prefeituras da região durante o chamado Agosto Dourado. A proposta é orientar sobre a importância de as mães iniciarem a amamentação na primeira hora após o parto e seguir com a prática pelos primeiros dois anos de vida da criança. Além de proteger o bebê de doenças, a ação também reduz as chances de a mulher contrair câncer de mama.

Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá organizaram calendário de ações gratuitas até o fim do mês. As secretarias de saúde programaram desde rodas de conversa, palestras, gincanas e dinâmicas em UBSs (Unidades Básicas de Saúde), hospitais e até mesmo no Terminal de Ônibus de Santo André, no Centro. A agenda completa pode ser conferida no site de cada uma das administrações.

Responsável técnica pelo banco de leite do HMU (Hospital Municipal Universitário) de São Bernardo, Nerli Pascoal pontua que existem muitos mitos sobre a amamentação. O principal deles é sobre o leite da mulher “ser fraco”. “Isso muitas vezes causa a desmama precoce, porque as mães pensam que o leite é fraco e não sustenta os bebês”, observa. A dica da profissional para uma mamada efetiva é evitar a troca de peito durante a ação para que o bebê fique satisfeito e ganhe peso naturalmente.

Conforme a SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), estudos internacionais já indicam que o risco de contrair câncer de mama diminui 4,3% a cada um ano de amamentação. A OMS considera ainda que a amamentação melhora o QI, o desempenho e a frequência escolar da criança, além de estar associada a rendas mais altas na vida adulta.

Para a operadora de estacionamento e mãe de primeira viagem Keila Gomes, 33 anos, o leite materno tem ajudado na recuperação dos gêmeos Riquelme Davi e Robert Miguel, de apenas 1 mês e 15 dias, que nasceram prematuros. “Posso dizer que o leite é nutriente para eles e pretendo alimentá-los até secar”, comenta. 

Desempregada e mãe do terceiro filho, Cristiane Pereira, 39, comenta que sempre amamentou. “Consigo enxergar o quanto esse primeiro contato é importante tanto para mim quanto para eles. Eles não precisam de mais nada por enquanto, apenas do leite materno”, considera.

Estoque dos bancos de leite públicos está abaixo do esperado

Dois dos três hospitais públicos do Grande ABC que possuem banco de leite humano estão com estoques abaixo do indicado para atender as demandas de recém-nascidos e prematuros em suas UTIs (Unidades de Terapia-Intensiva). 

Atualmente, o Hospital da Mulher, em Santo André, tem a capacidade de armazenar cerca de 150 litros de leite – mensalmente são coletados cerca de 52 litros. O estoque atual é de apenas 37 litros de leite e as doações são feitas por 142 doadoras.

Já no HMU (Hospital Municipal Universitário), em São Bernardo, a capacidade do banco de leite é de 500 litros, mas o estoque soma apenas 180 litros. A doação é feita por cerca de 100 mulheres.

Para doar é preciso ser saudável, não tomar medicamento incompatível com a amamentação, não fumar mais de dez cigarros por dia, não beber álcool ou usar drogas, além de realizar exames como hemograma completo e anti-HIV.




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