Os líderes religiosos muçulmanos de todo o mundo saudaram a eleição do novo papa, Bento XVI, expressando a esperança de que dê continuidade à obra de seu predecessor, a favor de um amplo diálogo entre as religiões. Ali Machsan Mussa, do Nahdlatul Ulamá da Indonésia, o maior movimento muçulmano do mundo, disse esperar que o novo soberano pontífice faça o possível para que "as relações entre as diferentes religiões sejam ainda melhores".

"Espero também que o novo papa possa fazer com que este mundo seja mais próspero e mais pacífico", disse. Irfan Suryahadi Awwas, vice-presidente do radical Conselho dos Mujahedines Muçulmanos indonésios, declarou esperar que Bento XVI dê continuidade ao caminho traçado por João Paulo II para garantir "ações concretas para lutar contra os conflitos entre religiões e seus fiéis".

O Ministério das Relações Exteriores indonésio disse estar convencido do prosseguimento desse diálogo entre as religiões. "A Indonésia está segura de que o papa Bento XVI continuará o caminho de João Paulo II", assinala um comunicado. Mais de 80% dos 214 milhões de indonésios são muçulmanos. A eleição do cardeal Ratzinger também foi saudada pelos clérigos muçulmanos do Egito. "Saudamos a eleição deste novo papa", disse o chefe do comitê inter-religioso na mesquita de Al-Azhar, uma das máximas autoridades do Islã sunita. Na Rússia, o chefe da comunidade muçulmana, xeque Ravil Gainutdin, expressou a esperança de que os vínculos com o Vaticano sejam reforçados.

O presidente da União das comunidades muçulmanas da Espanha, Riay Tatary, desejou que Bento XVI siga o caminho de seu predecessor "estendendo as mãos" ao mundo muçulmano.