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Alunos do campus Sto.André da UFABC voltam a denunciar assaltos no entorno da instituição de ensino

Problema é agravado pelo fechamento de portões e redução de vigias

Por Bia Moço
Especial para o Diário
09/01/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Alunos do campus Santo André da UFABC (Universidade Federal do ABC), no bairro Bangu, denunciam a continuidade do cenário de insegurança no entorno da instituição de Ensino Superior. Embora o problema seja velho conhecido de gestores e estudantes e, inclusive, alvo de reuniões entre reitoria, PM (Polícia Militar) e Prefeitura, os casos de violência se mantêm. Conforme os discentes, além de não ter sido notada intensificação da ronda policial pelo bairro, há o agravante do fechamento de portões e da redução da equipe de vigias terceirizados por parte da universidade a fim de poupar recursos.

O estudante Lucas Carollo, 23 anos, diz que, por conta das notícias de assaltos e violência contra os alunos, tem receio de andar sozinho pelo bairro, principalmente em horários com menor circulação. “Desde o começo do ano passado, a quantidade de assaltos está cada vez pior. Ir até os pontos dos (ônibus) fretados tem se tornado problema. No fim do ano passado, estava indo ao ponto e notei que os alunos corriam para universidade. Quando fui em busca de saber o que estava acontecendo, obviamente era um assalto. Por pouco não estava entre os alvos.”

Na tentativa de facilitar a troca de informações e alertar colegas sobre situações de violência foi criado grupo de alunos em rede social. De acordo com os participantes, toda semana há relatos de assaltos.

Aluno do 3º ano do BC&H (Bacharelado em Ciências e Humanidades), Kaio Barbosa Laurentino, 20, se diz indignado com a atual insegurança no entorno da universidade. “Os órgãos institucionais responsáveis, em especial a prefeitura universitária, se preocupam, sobretudo, com a segurança do patrimônio e não com a da comunidade acadêmica.”

Desde de 2015, a UFABC sofre significativos cortes em seu orçamento, o que ocasionou a precarização de serviços, como a diminuição no número de seguranças e o fechamento de portões laterais. “Há três anos, todos os funcionários da zeladoria e cerca de 70% dos vigilantes foram demitidos. Com a previsão de novos cortes nos gastos, temos a certeza de que nossa luta para melhorar a qualidade da universidade cairá por terra”, acredita Laurentino.

Questionada sobre a segurança dos alunos, a UFABC afirmou que articulações realizadas junto à Prefeitura e à PM resultaram no aumento da ronda no entorno da universidade, principalmente no trajeto dos alunos até o Terminal Central de Santo André. Já em relação à segurança contratada pela instituição, a administração diz que os funcionários “são responsáveis pelos serviços de vigilância nas dependências dos campi e que não é de atribuição do serviço de segurança contratado cuidar de assuntos relacionados às ocorrências registradas fora dos muros da UFABC”.

A Prefeitura informou que a GCM (Guarda Civil Municipal) realiza patrulhamento diário no local e que conta com câmeras de monitoramento. O serviço, entretanto, será intensificado, destacou em nota.

A PM disse que houve redução nos índices de roubo e furto de transeuntes e veículos no segundo semestre de 2017, comparado ao primeiro semestre do mesmo ano, no local. Além disso, ressaltou que realiza policiamento ostensivo no entorno do campus. Por fim, a corporação acrescentou que o planejamento do policiamento preventivo é realizado com fundamento nos índices criminais e depende da notificação do fato por meio da elaboração do registro da ocorrência.

 




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