A Previdência Social dará início, na segunda-feira, à convocação para o censo previdenciário, que pretende recadastrar, até 2007, mais de 300 mil aposentados e pensionistas do Grande ABC e cerca de 25 milhões em todo o país. A previsão é de que na primeira fase, que vai de novembro próximo a fevereiro, 2,5 milhões de beneficiários sejam recadastrados.

"A partir de segunda-feira, alguns beneficiários começarão a ser informados sobre os documentos que deverão apresentar a partir de novembro. Neste mês, haverá somente a convocação. Quem não for avisado, não precisa se preocupar", explica Genésio Denardi, gerente das unidades do INSS de São Bernardo e Diadema. Não existem estimativas de quantos aposentados e pensionistas da região devem ser chamados nesse primeiro momento.

Os primeiros segurados começarão a ser avisados quando forem receber os pagamentos nos bancos. A atualização dos dados é uma estratégia para combater fraudes e identificar benefícios que estão sendo pagos irregularmente.

O censo é também uma oportunidade para que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) corrija as falhas do seu cadastro. Sexta-feira, o ministro da Previdência, Nelson Machado, evitou estimar o valor das fraudes existentes no sistema, mas comentou que, "se apenas 1% dos pagamentos feitos pela Previdência for indevido e conseguirmos descobri-los por meio do censo, a economia gerada ultrapassará R$ 1 bilhão".

De acordo com as estatísticas do INSS, cerca de 75% das pessoas que serão recadastradas nesta primeira etapa recebem até R$ 300 por mês. Quase 86% dos benefícios recebidos por eles são aposentadorias ou pensões. O restante são auxílios assistenciais pagos pela Previdência.

Desta vez, o governo tomou alguns cuidados para evitar problemas, como o fiasco do recadastramento de segurados com mais de 90 anos de idade que o ex-ministro Ricardo Berzoini quis fazer no final de 2003. Antes de suspender eventuais pagamentos indevidos, o INSS convocará os beneficiários durante cinco meses por meio dos terminais eletrônicos e caixas dos bancos.

Também diferente de dois anos atrás, a Previdência fechou convênio de R$ 18,7 milhões com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) para que a rede bancária avise, recolha os dados e os repasse ao INSS. Assim, os aposentados e pensionistas não precisarão procurar as agências da Previdência.