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Depois de Ozelito, PSB planeja expulsar Betão
Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
19/08/2011 | 07:14
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A ala histórica do PSB de Mauá, liderada pelo segundo vice-presidente da sigla, Getúlio Domingues Ribeiro, o Berruga, formalizará nos próximos dias pedido de expulsão do vereador Alberto Betão Pereira Justino por desvio de conduta partidária. A movimentação é deflagrada menos de um mês após ação da legenda que culminou na saída forçada de outro parlamentar, o Irmão Ozelito, por infidelidade.

"Já conversei previamente com o Carlinhos (Carlos Tomaz, presidente do PSB) sobre o assunto. Em breve encaminharemos pedido formal à executiva", anunciou Berruga.

O dirigente se apega ao fato de Betão não ter trabalhado em prol das candidaturas socialistas na eleição de 2010 (apoiou os petistas Donisete Braga e Cândido Vaccarezza para suas reeleições à Assembleia e à Câmara dos Deputados, respectivamente), e, mais grave, ter manifestado internamente que concorrerá à reeleição em 2012 pelo PTdoB, onde está seu principal aliado, Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra, que deixou o PSB em 2009.

Betão recebeu a notícia com naturalidade. "Quero sair mesmo, mas vou deixar eles resolverem", afirmou. O que corre nos bastidores é que a expulsão seria bem-vinda pelo vereador, já que poderia se apegar a dois argumentos para justificar o ingresso no PTdoB sem correr o risco de perder o mandato na Câmara: perseguição política e mudança do programa partidário do PSB, que na eleição de 2008 concorreu com Chiquinho contra Oswaldo Dias (PT), mas no início do governo se alinhou ao prefeito.

"Todo mundo sabe que o PSB mudou de direção. Apostei na diretriz da campanha, que foi jogada no lixo", considerou. Após o pedido de expulsão ser protocolado, o caso será julgado pelos integrantes da executiva municipal.

 

Que saia logo - Ao destacar ser amigo de Betão, Berruga minimizou a relação próxima com o vereador para, segundo ele, preservar a legenda. "É todo dia falando que vai para o PTdoB... é difícil para quem está há 25 anos no partido dormir com esse barulho. Se quer sair, que saia logo", orientou. "O PSB não é manga ou laranja para ser chupado e depois jogar o bagaço fora."

Carlos Tomaz não retornou aos contatos do Diário para comentar o pedido de expulsão de Betão.

Amizade e casamento deixam Ivete reticente em cobrar cadeira

A funcionária pública Ivete Rocha ainda não decidiu se entrará na Justiça para cobrar a cadeira do vereador de Mauá Irmão Ozelito, expulso do PSB no fim de julho. Na eleição de 2008, Ivete conquistou 427 votos, ficou na 13ª suplência da coligação PSB/PPS, mas se beneficia do fato de 11 suplentes mais bem colocados terem trocado de partido.

Antes de Ivete, o único apto a pleitear o mandato, que pertence ao partido, é Francisco de Carvalho, o Chico do Judô, que não se afastará do comando da ouvidoria. Mesmo assim, ela prega cautela. "Não conversei com o Chico sobre sua pretensão. Se ele abrir mão, vou conversar com meu grupo para tomar a decisão."

Além disso, a suplente terá de separar os laços de amizade que ostenta com Ozelito para demovê-lo da Câmara. Outro ponto contrário é acordo mantido entre os integrantes da executiva do PSB em não cobrar o mandato. Ivete não pertence ao grupo, mas é casada com o tesoureiro da sigla, Lourenço Aleixo Rocha, o Zoião.

Ivete nasceu em Caracol, no Piauí. Em 2004, tentou vaga na Câmara pela primeira vez - obteve 507 votos. Ela é coordenadora da ala feminina do PSB e completará 53 anos sexta-feira.




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