A produção industrial caiu 1,8% em novembro do ano passado na comparação com outubro. No entanto, a alta foi de 6% no acumulado do ano até aquele mês e de 6,7% na comparação com novembro de 2006.

Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Um total de 18 dos 27 ramos pesquisados apresentaram queda em novembro ante outubro. O impacto negativo dos setores de automóveis, edição e impressão e alimentos, com reduções, respectivamente, de 3,9%, 5,8% e 1,9% no período, puxou o resultado.

“O cenário não é uma reversão de tendência de crescimento. Novembro teve menos dias úteis do que o mês anterior. Além disso, outubro foi o pico de crescimento no ano, alta de 3,3% na produção, o que tornou a base de comparação alta para o mês seguinte”, disse o técnico da pesquisa, André Macedo.

O setor de produção automotiva, por exemplo, teve alta de 7,7% em outubro.

O acréscimo de 1,2% no setor de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) no mesmo período é um demonstrativo de que a queda não é preocupante, segundo Macedo. “Isso significa que os investimentos do mercado estão em alta”, afirmou.

O setor de produção de veículos também foi responsável por puxar o desempenho produtivo nacional no acumulado do ano, com alta de 15,1% nos 11 primeiros meses de 2007. O resultado foi o que causou mais impacto na indústria geral de janeiro a novembro.

O ramo de bens de capital acumularam o maior acréscimo no período: 17,8%, três vezes o resultado do crescimento da indústria em geral, de 6%.

O aumento foi de 5,5% nos últimos 12 meses. Nas comparações com os mesmos meses de 2006, a categoria foi a única que sustentou taxas de dois dígitos até novembro.

Segundo Macedo, 2007 foi um ano de resultados positivos para praticamente todos os segmentos. Dos 27 setores pesquisados, apenas cinco demonstraram queda no acumulado de janeiro a novembro.

A previsão é que o ano feche com crescimento maior do que os dois últimos anos. Após 2004, quando a indústria fechou com alta de 8,1% ante o ano anterior, 2005 e 2006 mostraram aumento de 3,1% e 2,8%, respectivamente.

“Como resta somente a informação de dezembro, é provável que 2007 feche com acréscimo na ordem dos 6%.”