O famoso slogan Quer pagar quanto? da Casas Bahia agora vale também para pacotes de viagens. A maior rede varejista do país decidiu mergulhar no milionário setor do turismo brasileiro e vai oferecer ainda neste semestre – entre fogões, geladeiras e tantos outros produtos – diversos pacotes turísticos nacionais. Em uma segunda etapa, a rede também pretende colocar à disposição dos clientes roteiros internacionais.

No entanto, a nova investida das Casas Bahia ainda depende de parcerias e convênios com operadoras de turismo. “Estamos em negociação com várias empresas”, afirma o vice-presidente Michael Klein. “Queremos colocar em pouco tempo um posto de venda de pacotes em cada cidade onde as Casas Bahia estão e em grandes cidades, como São Paulo e região metropolitana, um em cada bairro”, acrescenta.

O interesse das Casas Bahia no ramo do turismo se justifica por dois fatores: aumento da renda do trabalhador no ano passado e queda do dólar, que reduz os preços de viagens – inclusive domésticas, já que os custos das empresas aéreas, como combustíveis e taxas aeroportuárias são dolarizados.

“Notamos que o acréscimo da renda no país criou significativa demanda para o turismo. Prova disso é o rápido crescimento no número de usuários freqüentes em viagens aéreas e a expansão das vendas de pacotes das operadoras”, diz Klein.

Faturamento – O faturamento das Casas Bahia derruba a tese de que em time que está ganhando não se mexe. Em 2005, a empresa contabilizou faturamento de R$ 11,5 bilhões – 27,7% acima do ano anterior. O fator cambial exerceu papel fundamental no avanço do faturamento, já que ampliou significaticamente as vendas, em especial de eletroeletrônicos.

Os números da maior operadora de turismo do país, a CVC, podem ter contribuído para convencer a líder do setor varejista a entrar no ramo turístico. A forte desvalorização do dólar fez com que as vendas de viagens internacionais crescessem 39% no semestre passado em comparação ao mesmo período do ano anterior.

“A procura por destinos internacionais teve um boom desde a desvalorização do dólar. Com pacotes mais baratos, muitos optam por viagens para a Argentina, em especial Buenos Aires e Bariloche, ou Cancún, no México, além de Cuba e as ilhas caribenhas”, diz o presidente da CVC, Guilherme Paulus. A empresa divulga na quarta-feira os resultados de 2005 e a estratégia comercial para 2006.