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O certo e o errado
Carlos Brickmann
21/08/2016 | 07:00
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Faz pouco mais de 200 anos, na Europa. O rei francês Luís 16, da família Bourbon, tinha sido deposto e executado, Napoleão Bonaparte havia conquistado meia Europa e sido depois derrotado, outro rei da família Bourbon, Luís 18, chegara ao poder. O francês Talleyrand foi ministro dos diversos governos franceses inimigos entre si; foi demitido por corrupção e readmitido. Faz lembrar outros políticos, de outro país, de outra época, coerentes ao apoiar sempre o governo, seja ele qual for. Mas foi também um fino observador político. E deu a seguinte opinião, ferina e precisa, sobre a família Bourbon: “Nada esqueceram, nada aprenderam”.

Há mais coisas na França da época, aliás, que relembram o Brasil. Como a família imperial brasileira, que é de Bragança, mas também Bourbon.

Voltemos no Brasil. Dilma Rousseff vai ao Senado no dia 29. Entregará aquela carta patética – que, mesmo que fosse impecável, não teria efeito, por ser muito tarde. Irá em pessoa fazer a defesa, para constranger os seis senadores que foram seus ministros e votaram contra ela no impeachment. Quer expô-los à opinião pública, vingar-se da traição que sofreu.

Dilma Rousseff teve ministros demais, não chegou a conhecê-los. Imagina que se envergonham, embora conviva com quem não se envergonha de dizer que aqueles imóveis não são seus e que não sabia de nada. Busca constranger quem nem sabe o que é isso.

Dilma nada esqueceu e nada aprendeu.

Quem é quem
Dilma acha que vai constranger Edison Lobão (PMDB-MA), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Marta Suplicy (PMDB-SP), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Marcelo Crivella (PRB-RJ). Todos foram seus ministros. Braga foi ainda líder do governo.

No roteiro
Após dizer que é vítima de golpe e de pedir justiça, Dilma deve chorar.

Depois do choro, choro
Após o impeachment, Dilma perde o foro privilegiado. O inquérito do Supremo sobre obstrução da Justiça vai para a primeira instância. Pode acontecer de, ao lado de Lula, ser interrogada pelo juiz Sérgio Moro.

Zero mais zero, zero
O pedido de explicações da OEA, sobre o impeachment de Dilma, é formal, feito quando há uma denúncia. A OEA não tem qualquer jurisdição sobre o Brasil. Mesmo que considere correta a denúncia, só pode fazer campanhas, manifestações, abaixo-assinados – que irão para a Cesta Seção.

Temer e PSDB, tudo a ver
A reunião de Temer com os tucanos, na quarta, foi ultra-amigável. Diante das queixas sobre os vaivéns da área econômica, Temer disse que a economia terá a cara do PSDB. E Aécio Neves acreditou.

Temer e PSDB, nada a ver
Na véspera, quando prepararam a reunião, as coisas foram mais quentes, como narra o colunista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br). O PSDB, temendo que Temer saia à reeleição, ou apoie Henrique Meirelles, pediu que ele se comprometa a apoiar um tucano. “Sem problemas”, disse Temer. Peço que me tragam um nome de consenso, no jantar de amanhã, e eu o apoiarei”. Maldade pura: Aécio, Serra, Alckmin? O PSDB é um partido formado exclusivamente por amigos, sendo todos eles inimigos.

Puna-se a vítima
Que tal a decisão da Justiça de rejeitar a indenização ao repórter fotográfico Sérgio Silva, que perdeu a visão de um olho ao ser alvejado com bala de borracha por um policial, na cobertura de uma manifestação? Segundo a sentença, “ao se colocar na linha de confronto entre a polícia e os manifestantes, (Silva) voluntária e conscientemente assumiu o risco de ser alvejado por alguns dos grupos em confronto.”
Claro que a culpa é da vítima: se fosse lojista, estaria na loja (sujeito apenas a balas de bandidos) e não no conflito. Se fosse uns 15 cm mais baixo, a bala não o atingiria, como ocorreu. Mas em que outro lugar queria Vossa Excelência que o fotógrafo estivesse?

Festa do caqui
A Câmara Federal voltou a funcionar no início de agosto, depois do recesso de julho. Nesta semana já não houve sessões, porque iria começar a campanha eleitoral.
Nas próximas semanas os parlamentares estarão trabalhando na campanha; e começará o recesso branco até 6 de outubro, data do primeiro turno. Na Câmara só não para o fluxo de pagamentos.

Festa da uva
O Tribunal de Contas da União elaborou projeto, já em fase de concorrência, para instalar em suas dependências uma barbearia – ou salão de beleza, com barba, cabelo, tintura, escova, massagens, depilação, incluindo a íntima, manicure, pedicure, sobrancelha. O salão deve funcionar no horário de expediente, quando os servidores estão no serviço.




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