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Clinton arma estratégia para escapar de destituiçao
Por Do Diário do Grande ABC
03/01/1999 | 15:41
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O presidente Bill Clinton conta com a proverbial independência dos cem membros do Senado, com o forte apoio da opiniao pública e com uma tremenda sorte - que poucas vezes o abandonou - para tentar escapar da destituiçao durante o processo que terá início dentro de alguns dias na Câmara Alta do Congresso norte-americano.

O chefe da maioria republicana no Senado, Trent Lott, já se distanciou dos membros de seu partido na Câmara de Representantes que votaram em favor das resoluçoes de destituiçao de Clinton, uma por perjúrio e outra por obstruçao da Justiça, por seu comportamento no caso Lewinsky.

Isso é prenúncio do que poderá permitir que se evite um processo e acabe virando um simples ``puxao de orelhas' ao presidente. Esse plano, tirado de uma proposta elaborada pelo senador democrata Joseph Liberman e um de seus republicanos, Slade Gorton, possibilitaria a reduçao do procedimento ao mínimo.

Dessa forma, a acusaçao e a defesa teriam quatro dias para apresentar seu caso sem chamar para interrogar as principais testemunhas do escândalo. Ao final destes debates, os senadores votam para decidir se as acusaçoes que pesam contra o presidente constituem ``crimes e delitos graves' previstos na Constituiçao dos Estados Unidos.

Se nao chegarem a reunir a maioria dos dois terços necessária para expulsar o presidente de seu cargo (67 votos), os senadores passarao entao a votar uma moçao de censura contra Clinton. Esta opçao parece a mais provável, pois os republicanos contam com 55 cadeiras, e os democratas 45.

Este plano coincide com os pedidos da Casa Branca, que durante as primeiras duas etapas do procedimento de destituiçao na Câmara de Representantes reprovou os republicanos por nao terem examinado com seriedade se as faltas cometidas por Clinton correspondem realmente aos crimes e delitos estipulados pela Constituiçao.

Os advogados da presidência nao deixarao de insistir que os erros de que Clinton é acusado nao se ajustam a esta categoria. No entanto, este panorama está longe de contar com a unanimidade dos republicanos. Uma parte dos moderados parece estar disposta a apoiar Trent Lott, mas nao será fácil convercer os cerca de vinte conservadores, sendo que nomes como James Imhofe e Fred Thomson já manifestaram publicamente sua rejeiçao à proposta.

Em todo caso, as negociaçoes se intensificarao nesta segunda, dois dias antes de iniciar o 106º período de sessoes do Congresso. A excepcional popularidade de Clinton (dois terços dos norte-americanos aprovam sua administraçao) continua sendo um argumento de peso em favor do presidente. Mas, para evitar uma destituiçao, Clinton também deve se apoiar na sorte, que poucas vezes o abandonou durante sua carreira política, e qual tem sabido manipular, escolhendo bem os momentos para contra-atacar seus adversários.




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