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Trabalhadores pedem nova chance na Makita

Funcionários da fábrica de ferramentas elétricas lutam para que a empresa reveja a decisão do fechamento

Por Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
11/09/2009 | 07:00
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Depois da notícia do fechamento da planta de São Bernardo da Makita, fabricante de ferramentas elétricas com matriz no Japão, os 315 funcionários ainda buscam alternativas para que a empresa reveja essa decisão.

"A ideia é lutar para que a empresa reveja a atitude precipitada e nos deixe retornar ao trabalho. Afinal, há uma série de medidas que podem ser tomadas antes de um anúncio de fechamento. Queremos ter a chance de tentar", destacou Cláudio Miranda, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e demitido da Makita.

Ontem, inúmeros políticos compareceram à sede da empresa para conversar com os funcionários, que estão acampados no local desde sexta-feira. O prefeito da cidade, Luiz Marinho, era aguardado, mas não compareceu. "Ele teve outro compromisso e remarcou a visita para terça-feira", explicou Miranda.

Os trabalhadores se disseram surpresos. "Neste ano a empresa registrou recordes de produção, com 126 mil unidades em julho e, de repente, anuncia que está fechando as portas. É doloroso saber que se dedicou uma vida inteira para isso", desabafou o sindicalista.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, a situação dos funcionários da fabricante é complicada. "Já tivemos casos de empresas que deixaram a região, mas nunca vi nada do tipo. Sempre estivemos abertos para negociar e achamos isso uma falta de respeito. Esperamos que a empresa coloque a mão na consciência e reveja a postura."

A advogada da Makita, Karla Bernardo, afirmou que a decisão é irrevogável e que os trabalhadores, colocados de licença remunerada até outubro, terão a rescisão acertada no dia 9.

Químicos param duas horas em protesto contra demissões

O Sindicato dos Químicos do ABC e o Sindicato dos Químicos Unificados de Osasco e Região realizaram ato de protesto, com duas horas de atraso na entrada do turno da manhã, contra a demissão de 35 trabalhadores na empresa Boainain, produtora de solventes e tintas em São Bernardo.

Recentemente, a empresa demitiu 85 trabalhadores da unidade de Jandira, interior do Estado. Nos dois casos, entre os demitidos encontram-se cipeiros, dirigentes sindicais e trabalhadores sob tratamento médico por motivos ocupacionais.

O diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Antonio Odésio, explica que a empresa se negou a abrir diálogo sobre as demissões com os dois sindicatos. "Em conversas informais, soubemos que a Boainain entrou com pedido de recuperação judicial - a antiga concordata - na nona vara civil de São Bernardo", lamenta. (Da Redação)




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