O nível das fugas de capital fora da Rússia no contexto atual da crise financeira está alcançando proporções preocupantes, declarou ontem um alto responsável do governo.

"Ninguém, em seu pior pesadelo, poderia prever a importância das fugas de capital", que chegaram a US$ 33 bilhões (25 bilhões de euros) em agosto e setembro.

A maioria é de "capital especulativo", disse a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

As condições econômicas favoráveis "trouxeram muitos capitais especulativos para a Rússia. Infelizmente, nós nos convertemos em refúgio para os capitais especulativos. São pessoas que vieram apenas para um momento, conseguir lucro e vender", declarou.

Outra fonte do governo revelou que as autoridades russas aprovaram um plano maciço de apoio ao sistema bancário, que pode incluir a aquisição temporária de várias entidades do setor.

Segundo esse responsável, Moscou pode se ver forçada a fazer cortes no orçamento do ano que vem, em conseqüência da crise e de seus efeitos na indústria energética e metalúrgica, a chave das exportações russas.

Os mercados não devem parar de cair até maio, acrescentou essa segunda fonte, também sob o anonimato.

"Vai-se gastar muito dinheiro, mas o preço da estabilidade é alto. Estamos olhando cada banco de forma individual e, se pudermos salvá-lo, vamos fazê-lo", completou.