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Campanha eleitoral de Sto.André segue fora da rota do tucanato
Leandro Laranjeira
Do Diário do Grande ABC
08/09/2008 | 07:01
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A menos de um mês para a eleição municipal, Santo André continua fora do mapa do tucanato. Prefeiturável do partido, o ex-chefe do Executivo Newton Brandão ainda não recebeu apoio público de nenhuma grande liderança do PSDB no Estado ou no País.

Nos bastidores, esperava-se que, após o incidente ocorrido na convenção - evento totalmente ignorado pelos tucanos em níveis estadual e nacional -, a candidatura de Brandão fosse prestigiada no decorrer do processo eleitoral. Mas isso não aconteceu.

No sábado, o governador José Serra - nome forte para a corrida presidencial, em 2010 - esteve no Grande ABC a fim de participar das campanhas de Orlando Morando (São Bernardo) e José Augusto da Silva Ramos (Diadema), municípios onde a polarização entre PT e PSDB é mais visível. Santo André, mais uma vez, ficou fora.

Em conversas reservadas, tucanos andreenses admitem o incômodo pela suposta falta de prestígio demonstrada pelas direções estadual e nacional até agora. E reclamam da avaliação de que é apenas em São Bernardo e em Diadema onde o PSDB tem chances de derrotar os petistas.

Para defender o discurso, citam a última pesquisa Diário/Ibope. O levantamento, publicado em 31 de agosto, revela que Brandão está um pouco à frente na acirrada briga pela segunda posição, embora exista um empate técnico entre ele, Aidan Ravin (PTB) e Raimundo Salles (DEM).

Os tucanos também usam como justificativa o fato de o PT "quase" ter perdido a eleição em 2004 para Brandão. O petista João Avamileno foi eleito, no segundo turno, com vantagem de 26.493 votos. Além disso, ainda há o sentimento de que Brandão foi o único capaz de ter tirado o PT do poder na cidade - em 1992, quando venceu o então vice-prefeito de Celso Daniel, José Cicote.

SILÊNCIO - Brandão, que por diversas vezes teve de desmentir que abandonaria a disputa, é avesso a comentar questões que influenciem negativamente a sua candidatura. Ontem, novamente, declinou falar a respeito do assunto, apesar de no final de julho, em raro momento de desabafo, ter reclamado sobre o "inegável" prestígio dado pela sigla a São Bernardo em comparação a Santo André.

No caso específico do governador Serra, Brandão disse desconhecer qualquer agenda conjunta nos próximos dias. "Se há algo marcado, não fui avisado. Mas não posso fazer exigências. Ele tem os compromissos particulares. Se vier, será bem recebido", emendou, admitindo em seguida a importância dos apoios em geral.

O presidente municipal do PSDB, José Luiz Cestari, minimizou a ausência dos tucanos. "Não há constrangimento. O governador foi a estes locais (São Bernardo e Diadema) em função de agenda."

Cestari assegurou, no entanto, que o governador fará campanha ao lado de Brandão até 5 de outubro. "Essa questão já está programada, embora ainda não tenha data acertada."




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