Presidente do Legislativo de São Bernardo diz que
decisão do governo impede reunião com secretária
O presidente da Câmara de São Bernardo, Tião Mateus (PT), afirmou que a secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT), não comparece à Casa para dar explicações sobre escândalos em seu setor porque o governo do prefeito Luiz Marinho (PT) não a autorizou.
“Ela (Cleuza) se colocou à disposição a todo momento. Ontem (terça-feira, em reunião do Orçamento Participativo na Vila do Tanque) mesmo ela disse que estava aberta (a ir para a Câmara). É questão de governo (o fato de a petista não explanar sobre problemas em sua Pasta a todos os vereadores). Não quero nem vou me meter em questões de governo. Mas ela não tem se negado a discutir com os vereadores”, disse Tião, evitando, entretanto, culpar Marinho pelo veto. “Não tem definição por parte do governo. Não é do prefeito, é do governo.”
O próprio chefe do Paço entrou no circuito para abafar sentimento de insatisfação na base de sustentação, que queria convocar Cleuza para comentar denúncias envolvendo a gestão da Secretaria de Educação. Se reuniu com os 20 parlamentares situacionistas em conjunto, depois conversou particularmente com cada um. Desde então, a Casa não falou mais sobre convidar a petista.
Ontem, o Diário mostrou que o Gaeco ABC (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, recorreu e novamente pediu prisão preventiva e afastamento dela do cargo no primeiro escalão na administração Marinho. A Justiça abriu ação penal sem essas recomendações do MP. Para a instituição, a presença da petista na vaga contamina o processo e a investigação de suposto superfaturamento em compra de mochilas e tênis – segundo o Gaeco ABC, houve desvio de R$ 4 milhões.
Apesar de dizer que Cleuza está à disposição para explanar sobre suspeita de fraudes na Pasta de Educação, Tião ontem não concedeu a palavra para que o oposicionista Julinho Fuzari (PPS) discursasse sobre o tema.
Pelo regimento interno da Câmara de São Bernardo, a maioria dos vereadores tem de autorizar o parlamentar a utilizar a tribuna para debater assuntos considerados relevantes. O plenário se dividiu ao avaliar a solicitação do popular-socialista e coube a Tião, como presidente da Casa, dar voto de minerva. “Esse assunto já está muito batido”, resumiu o petista, que foi contrário ao uso da tribuna.
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