“Há um abismo entre as promessas de mudança feitas na campanha eleitoral e a ortodoxia do modelo econômico em vigor, que dá continuidade ao do governo anterior e mantém o apartheid social intocável”, avaliou. O presidente da OAB também lamentou a atitude do governo no caso Waldomiro Diniz, ex-subchefe para Assuntos Parlamentares da Presidência acusado de pedir propina a um bicheiro para financiar campanhas do PT e da governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB).
“Preocupa-me menos o escândalo em si e mais a atitude do governo federal, agindo no sentido de impedir a investigação política, mesmo já estando configurado que o episódio não se circunscreve ao delito isolado de um mau servidor público. Há conexões claras com outros servidores, que semeiam dúvidas com relação à conduta de personagens do primeiro escalão político do governo, que deveria ser o mais interessado em separar o joio do trigo”, disse, se referindo à operação que abafou a CPI do caso.
Para Busato, quando o governo não pune a corrupção “os justos pagam pelos pecadores”. Ele ressaltou que é preciso lutar contra a “balela” de que o combate à corrupção, com a instalação de CPIs no Congresso, paralisa e prejudica o país. “Se assim fosse, o crime compensaria e teríamos que considerar a luta contra a corrupção uma causa perdida para a democracia”.
“Cabe ao Legislativo o de fiscalizar os demais Poderes e a CPI é um instrumento fiscalizador por excelência”, defendeu. Ele admitiu que “houve no passado distorções no uso desta ferramenta”, que transformaram o Congresso “em uma sala de espetáculos transmitidos ao vivo pela televisão, intimidando os depoentes e cerceando o trabalho dos advogados. Isso não pode se repetir e haja o que houver, com ou sem CPI, a agenda política precisa continuar a ser tocada”.
“Tão ou mais importante que o Fome Zero é a Corrupção Zero, que proporciona a reestruturação moral do país e favorece o equilíbrio de suas finanças”, avaliou.
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