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Cléo Pires curte estréia na TV
Por Danielle Araújo
Da TV Press
29/05/2005 | 08:24
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Fazer planos não é com Cléo Pires. Aos 22 anos, a filha da atriz Glória Pires espera as oportunidades profissionais baterem à sua porta. Mas também não é qualquer proposta que a tira de casa. Sem pressa com a vida, Cléo explica que só faz aquilo que "dá na telha". E é, assim, que justifica o trabalho em América. Simplesmente aceitou o convite do então diretor Jayme Monjardim, sem ao menos saber as características de quem iria interpretar. "Só soube do perfil da Lurdinha no primeiro dia de gravação. Gosto das coisas assim. Esse negócio de planejar é muito chato", afirma.

Embora seu discurso pareça desencanado, Cléo se preocupa em não fazer feio em sua estréia em novelas. Tanto que, assim que fechou o contrato com a Globo, foi fazer curso de teatro. Sua idéia era estar, pelo menos, preparada tecnicamente para o trabalho. Ao fazer uma análise desses três meses em que a trama está no ar, ela garante que as aulas de interpretação foram essenciais para sua atuação no folhetim. "Não robotizei a personagem", diz.

E Cléo parece não ter mesmo grandes dificuldades para incorporar Lurdinha. A atriz se diverte tanto com o jeito debochado e safado da personagem que nem parece que está trabalhando. A única dificuldade que teve foi para imprimir o lado sedutor da jovem. Com 1,60 m e 54 kg, Cléo não considera suas curvas nem um pouco sensuais. Por isso, investe no olhar para fazer as cenas em que Lurdinha se insinua para Glauco, interpretado por Edson Celulari. "Fiquei dias pensando em qual seria minha motivação para conquistar esse cara", filosofa. Embora se entretenha com o assanhamento de Lurdinha, Cléo logo enche a boca para dizer que jamais faria o mesmo. Mas o problema não é namorar um homem mais velho e, sim, um homem casado. "Só de imaginar uma amiga dando em cima do meu pai, me dá vontade de matar", exalta-se, referindo-se não ao pai, o cantor e ator Fábio Jr., mas ao padrasto, o cantor Orlando Morais.

Apesar de só agora estrear na TV, esse não foi o primeiro convite de Cléo para atuar em uma novela. Em 2004, o autor Benedito Ruy Barbosa a chamou para interpretar a Zuca do remake de Cabocla. Mas ela não topou por dois motivos. Primeiro, porque não sente segura para protagonizar uma trama. Segundo porque não queria fazer o mesmo papel que sua mãe – que interpretou a protagonista na versão original, exibida em 1979. Mesmo porque, Cléo não gosta nada de comparações. "Queria um papel que fosse só meu. Minha mãe não é a única atriz deste mundo. Não segui os passos dela. Só não estou preparada para fazer a heroína de uma novela", avisa.

Cléo diz que ainda não pediu dicas profissionais para a mãe porque ainda não a encontrou. Nesse caso, ela sempre recorre aos colegas de cena, como Edson Celulari e Totia Meirelles.

Já se o assunto é cinema, a atriz pensa diferente. Mesmo sem experiência, aceitou o convite para fazer a protagonista do filme Benjamin, inspirado no livro homônimo de Chico Buarque. O longa lhe rendeu o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema do Rio em 2003. "No cinema, se tem mais tempo para assimilar o personagem. Já na TV, tudo é muito corrido", explica.

Mesmo encantada com a carreira artística, Cléo ainda não sabe se vai dar continuidade à profissão. Sem a ansiedade típica dos jovens atores, ela pensa em estudar, depois que acabar América. Culinária, marcenaria, arquitetura, administração... São tantas opções que, talvez por isso mesmo, ela não consiga traçar uma meta para o futuro. "Não sou do tipo que diz: sou atriz, só posso trabalhar como atriz e estudar para ser atriz. Não quero me prender a nada".

Depois da fama – Desde que estreou em América, Cléo Pires não teve mais sossego nas ruas. Vire e mexe uma pessoa a pára para elogiá-la. Até aí tudo bem. Mas basta alguém encostar um dedinho na jovem atriz para tirá-la do sério. "Se o assédio se restringir ao meu trabalho, maravilha! Caso contrário, sou grosseira mesmo", afirma. E a moça não está brincando. Certa vez, estava na praia pegando sol com uma amiga e um rapaz, "que surgiu do nada" a puxou bruscamente e pediu para tirar uma foto. Sem hesitar, Cléo disse poucas e boas para o cara e tratou de sair daquele lugar. "Eu estava de biquíni, não rola. Tem gente que não pensa nessas coisas", indigna-se.

Aliás, fica claro que essa é parte mais chata do trabalho na novela para Cléo. Embora tenha nascido em berço estrelado, filha de Glória Pires e do cantor Fábio Jr., ela não sabe lidar bem com o assédio nas ruas. Muitas vezes, a atriz desistiu até de passear no shopping para evitar o contato com o público. Apesar de garantir que entende a curiosidade das pessoas, a iniciante enche a boca para dizer que não quer isso pra si. "Acho esquisito ver os outros cochichando e olhando para mim. Ninguém pode pensar que minha vida é um livro aberto porque não é, sacou!?", adverte.

Para fugir desse assédio, Cléo vive agora uma fase mais caseira. Morando sozinha há menos de seis meses, a atriz garante que é boa dona de casa quando o assunto é limpeza. Já na culinária, confessa que muitas vezes recorre ao fast food do Mc Donald’s. "Lá tem a melhor comida do mundo. Mas, quando fico com preguiça, faço um ovo mexido que é uma beleza", assegura.

Cléo nasceu no dia 2 de outubro de 1982, no Rio. Já morou durante um ano em Los Angeles, nos Estados Unidos, e gostou tanto da experiência que pensa em voltar ao lugar para fazer faculdade.




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