Um bom termômetro do momento vivido por um político pode ser medido pelas pessoas que estão à sua volta. A efervescência de um gabinete de um prefeito, por exemplo, mostra o poder e a influência de um grupo ou até mesmo do chefe do Executivo. Mas isso certamente enquanto ele ainda estiver em jogo no cenário eleitoral.

O prefeito de Mauá, Leonel Damo (PV), começou a sentir essa mudança exatamente após anunciar sua aposentadoria política, em março, e decidir apoiar seu ex-homem forte, Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (PSB), como seu candidato a prefeito na eleição deste ano. Até aquele momento, seu gabinete vivia lotado de secretários, vereadores, presidentes de partidos e outras lideranças.

Era comum ver filas de políticos na ante-sala de Damo, no aguardo de pelo menos cinco minutos de conversa com o prefeito de Mauá. Isso sem falar nos pedidos que não cansavam de aparecer na mesa do comandante do Paço.

Mas, desde então, o cenário que se vê é outro. Pouca gente tem atravessado a recepção em direção à sala do prefeito. A maioria dos freqüentadores é de assessores próximos e secretários. E depois tem muita gente que diz que o poder não muda nada...

Rápidas

1- Pré-candidato a prefeito de Diadema pelo PMN, o vereador Ricardo Yoshio está realizando várias atividades nos bairros da cidade. Domingo, estará na região do Eldorado e na favela Pantanal. Ainda sem anunciar seu vice na chapa e partidos aliados, o parlamentar garante manter a candidatura até o fim.

2- Pertencente ao bloco de sustentação do prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT), a vereadora Marion Magali de Oliveira (PTB) tem realizado recentemente algumas conversas com o principal adversário dos petistas, o pré-candidato a prefeito e deputado estadual pelo PSDB José Augusto da Silva Ramos. A vereadora ainda não definiu sua tendência de apoio para as eleições de outubro.

3- O deputado estadual e pré-candidato a prefeito de São Bernardo Orlando Morando (PSDB) abriu uma brecha para a aproximação com o PPS. Na última sexta-feira, durante coletiva em que o ex-prefeito Tito Costa (PTB) anunciou apoio ao tucano, o parlamentar afirmou que as portas estão abertas a qualquer adversário político para aumentar o arco de alianças. “Sou um social democrata e os partidos de esquerda, com exceção do PT, podem ajudar a compor uma frente partidária”, enfatizou.

4- A situação do PDT continua indefinida em São Caetano. Apesar de esconder o jogo, o presidente da sigla, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, dá sinais de que apoiará o bloco governista. “Dificilmente iremos com a frente de oposição”, diz Cidão, ao considerar que “foi traído” pela decisão do PT em escolher o PPS para indicar o vice-prefeito da chapa liderada por Jayme Tortorello.

5- O vereador de São Caetano Paulo Pinheiro (PTB) apresentou esta semana um pacote com 12 propostas, sendo cinco delas visando o bairro Fundação. Dentre as ações estão a reforma de um túnel. “A Prefeitura investe na modernização e melhorias na infra-estrutura do bairro, com reformas, troca de calçadas e atenção a equipamentos públicos. Mas ainda são necessárias outras intervenções”, observa Pinheiro.

6- Apesar de boa parte dos petistas em Santo André acreditar que as negociações estão bastante adiantadas para o vereador petebista Aidan Ravin ser o vice-prefeito do deputado estadual Vanderlei Siraque (PT), no PTB já se comenta que a aliança não deve vingar. Os motivos: além da diferença ideológica que separa os dois partidos na cidade, a sigla acabou de formalizar uma aliança em nível estadual como o tucano Geraldo Alckmin.