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Comissão quer explicações sobre meninos seqüestrados
Por Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
23/11/2004 | 09:36
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Aliados da pastora metodista Genilma Boehler chegam nesta quarta ao Paraguai para cobrar a promessa feita pelo presidente Nicanor Duarte Frutos, de que os irmãos Guillermo, 10 anos, e Arturo Rojas Boehler, 7, seriam encontrados num prazo de 48 horas. O ultimato foi dado por Duarte Frutos há 20 dias, mas a polícia diz ainda não ter nenhuma pista dos meninos. Eles foram seqüestrados pelo pai, o paraguaio Eri Daniel Rojas Villalba, na casa em que viviam com a mãe no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo.

O deputado estadual Fabiano Pereira (PT-RS), que preside a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa gaúcha, e a assessora Sinara Porto Fajardo serão recebidos pelo comandante da Polícia Nacional do Paraguai, Carlos Zelaya, e pelo vice-ministro do Interior, Braulio Ferrera. Mas a expectativa é que consigam audiência com o próprio presidente Duarte Frutos. "Queremos saber o que exatamente está acontecendo e por que a ordem dele, de maior agilidade nas buscas, não está sendo cumprida pela polícia", explicou o deputado.

Desde que a polícia recebeu a determinação de encontrar Guillermo e Arturo num prazo de 48 horas, o alto comando diz que está totalmente empenhado nas investigações. E, até agora, além de não encontrar sinal algum dos irmãos e do pai, foragido, também não justificam a demora. O discurso, repetitivo, já não contenta Genilma nem os representantes da comissão gaúcha. "Eles dizem sempre que estão trabalhando, fazendo o possível", disse Pereira. Ao Diário, a explicação tem sido a mesma, dada pelo Departamento de Relações Públicas da polícia.

A advogada de Genilma, Clara Rosa Gagliardone, que vai acompanhar os brasileiros durante a visita, continua protestando contra a morosidade dos trabalhos. "Parece que as crianças foram engolidas pela terra em 4 de junho. Essa é a última notícia de que foram vistos."

Para ela, os irmãos de Rojas, Lucio e Marildo Rojas Villalba, que são policiais paraguaios, continuam obstruindo as buscas. "Pela Constituição paraguaia, eles não são obrigados a falar nada que possa comprometer o irmão foragido. Não tenho dúvidas de que os dois recebem apoio de muita gente dentro da polícia para manter Rojas escondido com os filhos", avaliou. Guillermo e Arturo não têm nenhum contato com a mãe há mais de nove meses.




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