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Casal que vendia droga em agência de turismo é preso
Por Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
20/05/2005 | 07:56
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A empresária de São Caetano Ângela Priscila Mori, 27 anos, e o namorado dela, o engenheiro Marco Alexandre Aydar de Melo, 30, foram presos em flagrante na quarta-feira por policiais do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos). A dupla é acusada de traficar maconha no Grande ABC, usando como base a agência de turismo de Ângela, a Fun Tour. A empresa funciona há dois anos na rua Manoel Coelho, no Centro da cidade.

A droga apreendida com o casal é chamada pela polícia de “classe A”, por ser três vezes mais forte do que a maconha comum. De acordo com a polícia, o entorpecente teria vindo do Paraguai e é mais puro do que a droga vendida em bocas da região.

O custo do papelote da maconha vendida pelos namorados também chega a ser três vezes maior do que o praticado na venda das versões mais simples da droga. Por conta disso, os policiais que investigam o casal há mais de dois meses afirmam que eles mantinham um grupo seleto de clientes e que certamente esses consumidores pertencem às classes média e alta da sociedade. A polícia acredita ainda que os usuários sejam universitários.

De acordo com os investigadores do Denarc, era pelo celular da empresária que a dupla recebia os pedidos dos clientes. Segundo a polícia, os usuários mandavam torpedos (mensagens de texto) para o telefone móvel de Ângela. Ela acumulava as encomendas e marcava encontro para a entrega da droga. A polícia acredita que a estratégia tenha criado uma espécie de “sociedade de amigos para consumo e tráfico”. Ontem, Ângela foi encaminhada a uma penitenciária feminina da capital. A unidade não foi revelada pela polícia.

No momento da prisão, os investigadores afirmam ter apreendido 1 quilo da droga com a dupla. Eles foram presos por volta das 20h de quarta-feira quando deixavam a agência de turismo. Os carros usados pela dupla, um Suzuki verde e uma Parati prata, também foram apreendidos.

O irmão e advogado de Ângela, Luiz Carlos Mori, entrou quinta-feira com pedido de alvará de soltura da acusada. Ele afirmou ao Diário que a irmã foi vítima de um esquema montado pelo namorado. “Este sim está envolvido no tráfico. Ela foi laranja na história. A Ângela tem formação superior em Turismo e além do trabalho na agência mantinha atividade paralela na área de artesanato”. Segundo ele, o relacionamento do casal estava prestes a completar um ano. “Mas nem sempre a gente sabe quem está do lado de imediato. Ela foi enganada, não sabia da droga.” Segundo o advogado, o casal se conheceu na noite, “em algum barzinho”.

O irmão contesta a informação de que os pedidos de droga eram feitos pelo celular de Ângela. “O que ela recebia pelo celular eram encomendas de perfumes porque a mãe dele vendia esse tipo de mercadoria e a minha irmã recebia as encomendas de pessoas conhecidas. Os torpedos não são de pedidos de droga”, alega o advogado Mori. Ele afirma ainda que a droga estava no carro do namorado no momento da ação policial e que usará o argumento em defesa de Ângela. “Não tem como dizerem que a agência era fachada.” Segundo ele, o carro estava no número 140 da rua Manoel Coelho. A agência fica no 148.

O namorado de Ângela, o engenheiro Marco Alexandre Aydar de Melo, também está preso em um CDP (Centro de Detenção Provisória) da capital. Segundo o irmão de Ângela, o rapaz mora em São Paulo e trabalhou no setor de transporte da Prefeitura de São Paulo até o ano passado, quando foi demitido.

Quinta-feira, ninguém da família do acusado foi encontrado pela reportagem. Nos dois telefones em nome da família, no Parque da Mooca, ninguém atendeu às chamadas ontem à noite. O irmão e advogado de Ângela afirmou que não trabalhará na defesa do rapaz.

Ângela e o namorado continuarão sob investigação. A polícia pretende agora chegar ao grupo de clientes mantido pelo casal.

A família da empresária é proprietária também do Ângela a Rigor, loja de aluguel de trajes e do salão de festas Dom Ângelo, ambos em São Caetano. Ângela morava com os pais na cidade.

Colaborou Artur Rodrigues




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