Denominado "veículo multiuso", o Dobló, o Kangoo e o Berlingo chegaram ao mercado com a proposta de ao mesmo tempo oferecer espaço para a família e ser uma opção como veículo de carga. O diferencial em relação aos outros veículos é a comodidade, conforto e a versatilidade. O teto alto facilita a entrada de pessoas e de carga e os ocupantes têm espaço de sobra para bagagens pequenas nos inúmeros porta trecos que o carro possui.

Mas o que parecia ser um promissor segmento de mercado acabou virando um nicho, isto é: o veículo agrada apenas uma parcela bem restrita de consumidores, para atividades bem específicas. A Renault foi a primeira a trazer um carro multiuso ao mercado, no final de 1999. No ano 2000 foi o melhor ano de vendas, com um total de 5.332 unidades (versões carga e passageiros). A partir daí as vendas foram caindo (veja tabela) a ponto de encerrar o ano passado com1.133 unidades vendidas. O Berlingo, da Citroën, vendeu apenas 466 unidades em 2003 e deixou de ser importado.

A rigor o único que sobrevive no mercado com um número razoável de vendas é o Dobló, da Fiat, mesmo assim com queda de vendas nos últimos tempos. Ele chegou a vender mais de dez mil unidades em 2002, mas no ano passado não passou de 8.141 unidades (Dobló e Dobló Cargo).

O bom desempenho de vendas do multiuso da Fiat deve-se ao reposicionamento do produto feito pela montadora, que o rejuvenesceu, criando a versão Adventure, atingindo um público diferente do planejado inicialmente. Hoje o Doblo é visto como uma opção para aventuras fora de estrada, e agrada o público jovem.